Por:
Vereador Mário Frota*
Como
se pode explicar que uma refinaria carcomida pela ferrugem, um amontoado de
ferro velho, anteriormente comprada por U$ 43 milhões, terminasse, adquirida pela
Petrobras, pelo valor astronômico de U$ 1,1 bilhão.
Em quase quarenta anos de vida política,
confesso que nunca vi nada igual a esse escândalo envolvendo mais de U$ 1
bilhão de dólares na compra, pela Petrobras, de uma refinaria de petróleo em
Passadena, no Texas. Nem mesmo a gatunagem do mensalão, envolvendo milhões de
reais roubados dos cofres públicos, pela cúpula petista, com o torpe objetivo
de corromper parlamentares federais a votar nos projetos de interesse de Lula,
deixou-me mais impressionado e surpreso com esse novo escândalo, dessa vez
envolvendo diretamente a presidente Dilma.
Quem impôs Dilma, à época Ministra Chefe da
Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobras, a assinar o
contrato que levou a Petrobras a tomar o maior prejuízo da sua história? Como
se pode explicar que uma refinaria carcomida pela ferrugem, um amontoado de
ferro velho, anteriormente comprada por U$ 43 milhões, terminasse, adquirida pela
Petrobras, pelo valor astronômico de U$ 1,1 bilhão. Essa dinheirama toda,
aplicada honestamente, daria para construir duas pontes iguais a que cruza o rio Negro e ainda sobrariam recursos para a edificação da Arena
ora inaugurada.
Mas há uma pergunta que não quer calar:
Quem pressionou a então presidente do Conselho de Administração da Petrobras,
função exercida à época pela hoje presidente Dilma, a assinar o tal documento
autorizando a compra da refinaria em questão? Será que ela agiu por pura
ingenuidade, irresponsabilidade, ou mesmo burrice, ou por que alguém
hierarquicamente superior tinha interesses e determinou? Pessoalmente não acredito
na primeira hipótese, mas na segunda, ou melhor, que alguém muito poderoso a
orientou a assinar o documento.
Prosseguindo: e quem seria essa pessoa
acima dela, capaz de submetê-la a sua vontade? O chefão do mensalão, que todo
mundo sabe de quem se trata, ou seja, do sujeito que não viu e não ouviu nada,
que sempre age nas sombras? Alguém
duvida que esse cego, surdo e mudo, não estava por trás de dessa roubalheira
bilionária? Não custa nada raciocinar, pessoal.
Há um velho ditado que diz que quem não
deve não teme. Ora, por que agora o medo do PT e dos seus aliados de enfrentar
essa CPI, que deputados e senadores da oposição têm por meta instalar para
apurar? Está mais do que óbvio que o
medo do PT dessa CPI tem a ver com o rastro de destruição que ela pode causar aos
bandidos que embolsaram esses mais de U$ 1 bilhão, sem falar que, com certeza
absoluta, destrói a candidatura de Dilma à reeleição e, na avalanche, empurra o
PT para a lama em definitivo, lama essa onde ele já está metido até os cabelos.
Repito: em termos de dinheiro roubado, o
escândalo do mensalão é fichinha, café pequeno, frente a esse que ora enche de
espanto e indignação o povo brasileiro.
Collor, por causa de um carro modelo Elba,
da Fiat, enfrentou uma CPI instalada no Congresso Nacional. Segundo cálculos
feitos, o dinheiro que envolve a roubalheira com a compra da refinaria de
Passedena dá para comprar 80 mil carros iguais a Elba que incriminou o Fernando
Collor. Em outras palavras: o Collor mais parece um anjinho de igreja barroca,
comparado à corrupção desenfreada perpetrada nesses 11 anos da administração
dos ptralhas comandados por Lula e Dilma. Será que alguém neste país tem
argumento para negar tal fato? Duvido muito.
*Advogado;
*Líder
do PSDB na CMM;
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.