segunda-feira, 21 de março de 2011

MARCELO LIMA QUER VER TRANSLADADO O SEU SONHO DE CRIANÇA

Revela o estudo do professor Adalberto Felício Maluf,
que a tal Scomi foi uma das principais empresas
responsáveis pela construção do monotrilho
da cidade Kuala Lampur, na Malásia, hoje falido.


O SISTEMA MONOTRILHO FALIU EM TODAS AS CIDADES ONDE FOI CONSTRUÍDO, A EXEMPLO DE KUALA LAMPUR, NA MALÁSIA. FRENTE A TAL FATO NÃO SERIA INTELIGENTE LEVARMOS EM CONTA A FRASE ATRIBUÍDA A BISMARK, DE QUE “IMBECIL É QUEM NÃO APRENDE COM A EXPERIÊNCIA ALHEIA”? O sonho do Secretário de Planejamento do Amazonas, Marcelo Lima Filho, em implantar o monotrilho como sistema de transporte de massas pode ter a ver com o seu tempo de criança quando, em visita à Disney, os seus olhos de menino contemplaram, maravilhados, o trenzinho que, a oito ou dez metros de altura, percorre as estações do parque transportando os visitantes.

Não adianta, portanto, a maior autoridade do mundo, em transporte coletivo, tentar desestimular o secretário Marcelo Lima de ver transladado o seu sonho de criança para Manaus. É a mesma coisa que alguém tentar retirar a história de papai Noel da cabeça do seu filho de seis anos. Não adianta, portanto, o estudo assinado pelo professor Adalberto Felício Maluf Filho, com mestrado de Relações Institucionais da Universidade de São Paulo (USP), que nos lança um alerta e coloca sob suspeição a participação de uma das empresas que integram o Consórcio Monotrilho Manaus, a Scomi Engineering Bhd, a única classificada no julgamento da proposta técnica para a construção do monotrilho de Manaus.

Vejam, agora, o tamanho da confusão em que o secretário sonhador quer nos meter. Revela o estudo do professor Adalberto Felício Maluf, que a tal Scomi foi uma das principais empresas responsáveis pela construção do monotrilho da cidade Kuala Lampur, na Malásia, hoje falido. Informa, ainda, que aquele Consórcio entrou em falência e, hoje, está sendo socorrido por bancos, mas, quem vai mesmo assumir o rombo de U$ 266,5 milhões, o equivalente a R$ 446 milhões, é o setor público. Esse mesmo consórcio tentou vender um projeto de monotrilho para a África do Sul que, com a proximidade da Copa do Mundo, pretendia melhorar o seu sistema de transporte de massas. Depois de estudos, o governo daquele país entendeu a fria em que ia se meter e, frente ao exemplo do projeto falido de Kuala Lampur, resolveu sair fora e investir, como o fez, em projetos de corredores exclusivos para ônibus, o sistema Bus Rapid Transit – BRT.

Tudo indica que o secretário Marcelo Filho acredita que, se o monotrilho deu certo no parque da Disney, também vai dar aqui. Ocorre que se trata de uma área pequena, uma fagulha, comparado com Manaus, uma cidade em torno de dois milhões de habitantes. O problema é que enquanto pessoas, como o secretário, batem o pé e teimam em impor, na marra, o sistema monotrilho, o tempo passa e há necessidade de uma solução madura, mais barata, e que venha resolver a demanda na área do transporte coletivo de Manaus nos tempos de Copa do Mundo.

Por: vereador Mário Frota

Líder do PDT na CMM

Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM