Da tribuna fiz um apelo aos companheiros da oposição para que não comparecessem a tal reunião, por se tratar de uma armação, onde as cartas estavam marcadas a favor dos donos dos ônibus. A nossa presença de nada adiantaria, pois, ao final, o que vai mesmo prevalecer é o acordo que já está firmado entre a Prefeitura e os proprietários de ônibus. A nossa presença em tal reunião, uma arapuca que estava armada pelo SINETRAM e o seu comparsa, a SMTU, seria usada por eles de forma extremamente negativa para nós, pois, que iriam dizer que, apesar de presentes, nada fizemos para convencer os participantes a aceitar um preço menor. Seria pisar em casca de banana ou, pior do que isso, em assoalho encerado com graxa de motor.
A tal de ”audiência pública” que fizeram, chamei da tribuna, de reunião para inglês ver. O circo foi montado e só os poucos inteligentes não perceberam a malandragem embutida na tal de audiência. O que eles falam agora é que a passagem pode ficar em torno de R$ 2,80. Quanto absurdo. Quanta roubalheira. Esse é o preço hoje cobrado em São Paulo, cidade com mais de 20 milhões de seres humanos, com linhas que, normalmente, ultrapassam 40 quilômetros.
Por que a passagem aqui não pode ficar em torno do preço cobrado em cidades como Belém, R$ 1, 80, São Luiz, R$ 1,80 e Fortaleza, 1,85? Belém, por exemplo, é uma cidade similar a Manaus, com as nossas características. Aqui, ao contrário dessas e de outras capitais, o governador abriu mão do ICMS sobre o diesel consumido pelos ônibus, em torno de 17 por cento sobre o preço do litro. E por que, em Manaus, apesar de tal renúncia fiscal, o preço da passagem é muito mais elevado do que o cobrado nas cidades do Norte e Nordeste do País? Não tem sentido e nem cabimento. O presidente da SMTU, em verdade, não vai bater o martelo dando o aumento que ele acha conveniente. O que ele vai fazer é apontar a arma contra o povo e acionar o gatilho. Para o Amazonino e o Sinetram, o povo de Manaus que se exploda. Depois do aumento vão dar boas gargalhadas e comemorar a vitória com muito uísque.
Por: vereador Mário Frota
Líder do PDT na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM
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