Compõem a CPI, Leonel Feitoza, Marcel Alexandre, Fabrício Lima, Joaquim Lucena, Jefferson Anjos, Waldemir José e Mário Bastos
(Plutarco Botelho - Dicom/CMM)
Texto:
Vereador Mário Frota*
No
seu lugar eu renunciava e botava a boca no trombone, denunciado à sociedade a
farsa montada. Por que preferiu silenciar? Onde foram parar os R$ 300 mil?
A CPI da água vai apresentar as suas
conclusões, ou seja, o seu relatório final, na quinta-feira desta semana. Vai
aqui uma pergunta indiscreta: O que foi feito, é merecedor de um relatório de
uma linha? É brincadeira. Que relatório
é esse que não vai constar os depoimentos do prefeito Amazonino Mendes e dos
quatro últimos ex-prefeitos, os principais vilões pela falta de água nas
residências de mais de 500 mil pessoas que moram nas Zonas Leste e Norte da
nossa Manaus?
O que consta é que, como não investigaram
nada, vão copiar o relatório da CPI de 2005. Caso tal fato aconteça, os
vereadores integrantes dessa defunta Comissão vão tomar um banho de ridículo. É
de dar nojo. Por que esticaram os trabalhos da tal CPI por tantos meses? Por
que o vereador Waldemir José, o autor da CPI, o único dos sete integrantes que
não tinha qualquer ligação com o atual prefeito e aos quatro anteriores, não
denunciou a manobra? Por que calou? No seu lugar eu renunciava e botava a boca
no trombone, denunciado à sociedade a farsa montada. Por que preferiu
silenciar?
A CPI da Água findou de forma melancólica.
Depois dessa CPI, o povo manauara ainda pode acreditar em outra a ser
constituída na Câmara? Não! O descrédito é tão grande que, daqui para frente,
CPI na Câmara vai ser motivo para deboche e piadas, a exemplo de outra que, no
ano passado, resolveu investigar a presença de cartéis na venda da gasolina em
Manaus. Um mês depois, misteriosamente, os seus integrantes encerraram os
trabalhos da CPI, sob alegação de que haviam chamado os donos de postos e das
distribuidoras para um acordo, uma ‘taque’ (ajuste de conduta), em que todos
eles se comprometeram em vender a gasolina pela média do preço que vinha sendo
comercializada nos postos.
Tudo papo furado. Que média de preços coisa
nenhuma. Dias depois do tal acordo, podia-se ver, em todos os postos da cidade,
que a gasolina estava sendo comercializada por preço mais caro, mais elevado
até do que o dia em que os vereadores, entre discursos e fanfarras, haviam instalado
a tal CPI. Ora, se toda CPI terminar vergonhosamente como a da gasolina e a da
água, então é mais honesto e decente que, a partir de agora, esse tipo de
investigação deixe de existir na Câmara.
É o que penso.
*Advogado;
*Líder
do PSDB na CMM;
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.
CUSTO
DAS ATIVIDADES
Durante os cinco meses de atividades da CPI
da Água, foram visitados bairros das Zonas Leste e Norte onde a população sofre
com a falta de água. Até agora a comissão custou aos cofres públicos R$ 238 mil.
A expectativa é que sejam gastos até o encerramento dos trabalhos R$ 300 mil.
Os requerimentos apresentados pelos vereadores Waldemir José e Joaquim Lucena,
convocando os ex-prefeitos Alfredo Nascimento, Serafim Correa, o prefeito
Amazonino Mendes, e o senador e ex-governador Eduardo Braga, foram derrubados
pelos vereadores Mário Bastos, Fabrício Lima e Jeferson Anjos.
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