Por:
Vereador Mário Frota*
Por
que não fez isso logo depois que assumiu o governo? Imaginando pessoas
carregando água para as suas casas, logo veio-me à cabeça a famosa marchinha de
carnaval: “lata d’água na cabeça/lá vai Maria...
Vai aqui uma pergunta que não quer calar:
por que só agora, a um mês da eleição, o governador Omar Aziz resolve abrir as
torneiras dos reservatórios do complexo do Proama, construído na Ponta das
Lajes, pela elevada quantia de R$ 365 milhões?
Alguém há de perguntar: por que não fez
isso logo depois que assumiu o governo? Desde essa época que há água nos
reservatórios em condições de abastecer a Zona Leste. Ora, se a água estava lá,
por que então não mandou abrir as torneiras como o fez agora? Outro absurdo: a
água já chegou aos reservatórios, mas esqueceram os canos para levar o precioso
líquido até as casas dos moradores da área.
O que as pessoas questionam é se o gesto do
governador mandar abrir as torneiras tem a ver com a campanha da sua candidata
Vanessa Graziotin. Melhor explicando: teria ele mandado abrir as torneiras se
não tivéssemos eleição neste ano? Pessoalmente acho que o ato é eleitoreiro.
Ainda há pouco tempo o governador declarou, pela imprensa, que seria preciso
mais de um R$ 1 bilhão para levar a água do Proama às casas das mais de 500 mil
pessoas que vivem nas zonas Leste e Norte da cidade.
Por que, então, agora, de forma abrupta,
muda de opinião e resolve inaugurar a água de um projeto ainda pela metade?
Como não existe tubulação para levar a água até as casas, deve então o
governador investir em baldes para que as pessoas possam levá-la para as suas
residências. Imaginando pessoas carregando água para as suas casas, logo veio-me
à cabeça a famosa marchinha de carnaval: “lata d’água na cabeça/lá vai Maria/lá
vai Maria...
O que os políticos não fazem em tempo de
eleição para iludir o povo. É impressionante o vale tudo. Rios de dinheiro
público e a estrutura das secretarias e empresas públicas são usados sem nenhum
escrúpulo para ganhar eleição. A regra é não ter regra. É como dizem os
mineiros: em eleição só não vale perder. Em cima dessa ausência de ética é que,
em 1986, roubaram a minha eleição para o Senado e, mais recentemente, a do
Artur.
*Advogado;
*Líder
do PSDB na CMM
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM