segunda-feira, 31 de maio de 2010

GESTORES MOSTRAM NA CMM COMO TIRARAM SANTAS CASAS DA CRISE


Frota diz que falta vontade política para revitalizar Santa Casa. Por iniciativa do vereador Mário Frota (PDT), a Câmara Municipal de Manaus (CMM) realizou nesta sexta-feira, 28, o II Seminário de Revitalização da Santa Casa de Misericórdia de Manaus, instituição hospitalar centenária que está fechada há cerca de cinco anos devido uma crise de gestão. Frota, que há dois encampou um movimento para revitalização da Santa Casa, disse que o que faltou ao longo desses cinco anos foi também vontade política dos governantes para recuperar o hospital. Segundo ele, o governo do Estado, incentivador de tantos segmentos culturais e esportivos, que constrói uma ponte ligando as margens do Rio Negro, ao preço de R$ 600 milhões, já deveria ter feito alguma coisa para tirar a Santa Casa de Manaus, que só precisa de R$ 18 milhões, dessa situação de abandono. "O que é mais barato, construir um novo hospital, ou revitalizar esse grande hospital que tem a cara de Manaus", questionou o parlamentar. O seminário, segundo ele, serve para trazer a luz de modelos de revitalização e gestão que deram certo com outras instituições similares que também passaram por crises semelhantes em outros Estados, como as Santas Casas de Belém (PA) e de Fortaleza (CE).O secretário de Saúde do Amazonas, médico Agnaldo Costa, revelou durante o seminário que um de seus objetivos, quando assumisse a Susam, em 2008, era fazer a revitalização da Santa Casa, hospital onde trabalhou e tem muitos amigos. Segundo ele, na ocasião o próprio governador Eduardo Braga e seu pai, Carlos Braga, pediram todo o esforço para recuperar o hospital. Entretanto, após estudos dos técnicos da Susam constatou-se que havia uma dívida trabalhista de cerca de R$ 20 milhões, o que inviabilizou os esforços. "Além dessa dívida, teríamos de investir mais cerca de R$ 60 milhões para reformar e revitalizar o hospital, e havia outras prioridades na questão da saúde estadual. Como governar é definir prioridades, ficamos impedidos de ajudar", disse ele.Para o secretário Agnaldo Costa, o caminho mais viável seria o da Santa Casa do Pará, que foi transformada em fundação – "assim teríamos mais condições de buscar recursos para a revitalização e fazer justiça aos funcionários que trabalharam anos e anos e não receberam seus salários".No entanto, ele se declarou "engajado na luta” e colocou Susam à disposição para formar uma comissão com a Câmara Municipal para ir até Belém estudar o modelo de fundação e gestão adotado e que deu certo na revitalização do hospital paraense.
Fonte: Janeide Ferreira

Fotografia: Heraldo Rocha