segunda-feira, 21 de outubro de 2013

QUE SINA A DO ARTHUR

 Prefeito Arthur Neto, fiscalizando obras (foto: A Crítica).
Texto: Vereador Mário Frota*

O prefeito de Manaus, Arthur Neto, mais uma vez está a consertar os desmandos administrativos deixados pelo Amazonino, só que, agora, os problemas são muito maiores do que os encontrados no passado. Em suma, a indústria do asfalto não passava de uma fraude. Uma mentira que o Negão passou para o povo, assim como a indústria da seca no nordeste que enriqueceu muitos empresários inescrupulosos.
No Nordeste existe a indústria da seca, aqui a do asfalto. Para acabar com essa pouca vergonha, eis que surge um prefeito, no caso o Arthur Virgílio, disposto a colocar em definitivo um basta a esse tipo de bandalheira com o dinheiro público, que por tanto tempo fez a alegria de administradores e empresários inescrupulosos, que faturavam fábulas do dinheiro público meramente pintando as ruas de Manaus com asfalto sem qualquer qualidade, que se deteriorava no primeiro inverno. 
Lembro-me, como se fosse hoje que, ao assumir a Prefeitura de Manaus, no seu primeiro mandato, o Arthur denunciou, pela televisão, o asfalto deixado pelo Amazonino, uma espécie de borra sem qualquer consistência, que ele, armado de uma faca de mesa, retirava pedaços sem qualquer esforço.  Mas vamos ver como começou essa história. 
Amazonino Mendes, até então um desconhecido, em 1983 foi nomeado prefeito de Manaus pelo então governador Gilberto Mestrinho. Após assumir, passou a asfaltar as ruas de Manaus, concluindo a pavimentação de seiscentas ruas, segundo o que era propagandeado à época pelos veículos de comunicação.
O povo engoliu a farsa, mas o Arthur a desmontou quando chegou ao poder, provando que não apenas o tal asfalto era de péssima qualidade, como também as ruas que ele dizia ter asfaltado não tinham meio fio e sistema de drenagem (esgotos) para as águas pluviométricas e das residências.
Em suma tudo não passava de uma fraude. Uma mentira, uma peta, que o Negão passou no povo de Manaus e, graças a isso, conseguiu eleger-se governador do Estado em 1986. Resultado: durante os seus quatro anos de governo, Arthur não só procurou melhorar a qualidade do asfalto que encontrou, como também tocou o único projeto de rede de esgoto que conheço além da que nos foi deixada pelos ingleses na área do centro.
Que sina a do Arthur. Mais uma vez está a consertar os desmandos administrativos deixados pelo Amazonino, só que, agora, os problemas são muito maiores do que os encontrados no passado. O exemplo são os milhares de ruas esburacadas e cheias de valas, sem falar no sistema de transporte coletivo absolutamente falido, com ônibus pegando fogo nas ruas ou, simplesmente, quebrados à espera de reboque.
O sistema de transporte coletivo, embora ainda esteja longe de ser o ideal, inegavelmente já apresenta melhoras. As ruas encontradas destruídas, esburacadas, neste verão começaram a receber asfalto de qualidade, mas precisamente concreto asfáltico, e não mais aquela lama misturada com areia, que eles teimavam de chamar de asfalto, que enriqueceu muita gente, mas que não chegava inteiro ao fim do primeiro inverno.

*Advogado;
*Líder do PSDB na CMM;
*Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.