Essa conversa de trabalho escravo e cárcere privado não entram na cabeça de ninguém, principalmente se o acusado é a EMBRAPA, o principal modelo de órgão público voltado para o crescimento econômico do brasil.
Em tempo algum deixei de denunciar a coisa errada embora, muitas vezes, até mesmo tenha corrido riscos, principalmente na época da ditadura militar, tempos tenebrosos da vida nacional, em que homens e mulheres, por discordarem do regime autoritário, terminaram presos, com muitos enfrentando processos medievais de tortura, ou assassinados nos porões dos quartéis.
Contra a corrupção e os corruptos sempre fui muito duro, tanto na época da ditadura, como na democracia que ajudei a implantar neste País. No entanto, tanto naquela época como agora, quando vivemos tempos de liberdade, sempre fui muito cauteloso por receio de atingir cidadãos inocentes e, dessa forma, não cometer injustiças contra pessoas ou instituições, públicas ou privadas.
Bem a propósito, em matéria publicada num jornal local, leio que trabalhadores do campo experimental da Embrapa são submetidos a cárcere privado e que trabalham em regime de escravidão. Denúncia muito forte, convenhamos, atingindo de cheio a reputação de uma das instituições públicas mais respeitadas deste país, responsável pelo crescimento extraordinário do Brasil na área dos agronegócios. Trata-se de uma instituição de pesquisa que atravessou o período da ditadura militar sem uma mancha, um arranhão. Ora, é muito estranho agora, que vivemos numa democracia, que tais coisas possam estar acontecendo. Vamos aos fatos: o nível dos seus dirigentes e funcionários é muito elevado, não cabendo na cachola de ninguém, com um mínimo de inteligência, acreditar que há cárcere privado e trabalho escravo nas suas dependências. Pessoalmente, nunca vi maior absurdo.
A Embrapa não é uma entidade vira-lata. Nunca foi e jamais será cabide emprego de políticos. Tem ela uma bela história no que diz respeito ao desenvolvimento do País na área dos agronegócios, pois, graças ao trabalho de pesquisa dos seus cientistas no setor agropastoril, hoje o Brasil vive o boom da produção do campo, setor que vem concorrendo de forma espetacular para o aumento das exportações de grãos e de carne para todo o mundo.
É óbvio que a tal denúncia deve ser investigada, mas também entendo que, antes do conhecimento da verdade, deve-se evitar espetáculo de pirotecnia e lances factóides no afã da promoção pessoal pela imprensa. Cabe, portanto, ao Ministério Público, na condição de fiscal da lei, tomar a dianteira das investigações, razão porque, daqui, apelo ao ilustre procurador, Dr. Audaliphal Hildebrando, titular do Ministério Público do Trabalho no Amazonas, a pessoalmente comprovar se tais denúncias são verdadeiras, ou simples aleivosias, como prefiro acreditar.
Até dia desses entendia que o crime de cárcere privado tem a ver com o seqüestro e prisão de uma pessoa em lugar fechado, onde, contra a sua vontade, é aprisionada e mantida de forma violenta. Será que esse tipo de crime abominável ocorre no campo de experimentação da Embrapa? Pelo visto, não vai demorar muito para alguém afirmar que a Embrapa não mantém campo de experimentação, mas de concentração, nos moldes nazista, cercado com arame farpado e com guardas armados, com ordem de atirar em quem tentar fugir. É só o que está faltando.
E quanto à história de trabalho escravo? Por acaso, na época da escravidão um escravo recebia salário, férias, 13º, tinha direito a FGTS e INSS, além de refeição e instalações para moradia? Mas que tipo de escravização é essa em que as pessoas exercem direitos, inclusive o de, se quiser, procurar outro emprego? Ocorreu mudança, de natureza semântica, alterando a palavra escravidão? Pelo o que sei, não. Escravo é alguém que não tem liberdade e, mediante um ato de força, submete-se à vontade do patrão sem direito a nada. As rebeliões nas fazendas na época escravagista resultavam em punições sangrentas, com o negro recebendo quantas chibatas o seu proprietário autorizasse o feitor a aplicar.
Nos tempos atuais sabe-se que fazendas foram implantadas na selva Amazônica utilizando-se o trabalho braçal de pessoas contratadas por um elemento, o gato. Transportadas para a área da derrubada da mata, os contratados eram submetidos a regras violentas, obrigados a trabalhar o dia todo em troca de um salário que nunca recebia porque, obrigado a comprar carne seca, farinha e feijão por um preço elevadíssimo, permanecia a vida inteira devedor do dono da Fazenda. Paralelo a isso, os trabalhadores eram vigiados por jagunços armados, dispostos a disparar contra o pobre coitado que tentasse fugir. Escravidão é isso.
Entendo que irregularidades até podem existir, mas nada que não possa ser corrigido. Agora essa conversa de trabalho escravo e cárcere privado não entram na cabeça de ninguém com uma pitada de bom senso, principalmente se o acusado é a Embrapa, o principal modelo de órgão público (um dos poucos que deu certo neste País) voltado para o crescimento econômico do Brasil na área dos agronegócios.
Por: vereador Mário Frota
Líder do PSDB na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM
Contra a corrupção e os corruptos sempre fui muito duro, tanto na época da ditadura, como na democracia que ajudei a implantar neste País. No entanto, tanto naquela época como agora, quando vivemos tempos de liberdade, sempre fui muito cauteloso por receio de atingir cidadãos inocentes e, dessa forma, não cometer injustiças contra pessoas ou instituições, públicas ou privadas.
Bem a propósito, em matéria publicada num jornal local, leio que trabalhadores do campo experimental da Embrapa são submetidos a cárcere privado e que trabalham em regime de escravidão. Denúncia muito forte, convenhamos, atingindo de cheio a reputação de uma das instituições públicas mais respeitadas deste país, responsável pelo crescimento extraordinário do Brasil na área dos agronegócios. Trata-se de uma instituição de pesquisa que atravessou o período da ditadura militar sem uma mancha, um arranhão. Ora, é muito estranho agora, que vivemos numa democracia, que tais coisas possam estar acontecendo. Vamos aos fatos: o nível dos seus dirigentes e funcionários é muito elevado, não cabendo na cachola de ninguém, com um mínimo de inteligência, acreditar que há cárcere privado e trabalho escravo nas suas dependências. Pessoalmente, nunca vi maior absurdo.
A Embrapa não é uma entidade vira-lata. Nunca foi e jamais será cabide emprego de políticos. Tem ela uma bela história no que diz respeito ao desenvolvimento do País na área dos agronegócios, pois, graças ao trabalho de pesquisa dos seus cientistas no setor agropastoril, hoje o Brasil vive o boom da produção do campo, setor que vem concorrendo de forma espetacular para o aumento das exportações de grãos e de carne para todo o mundo.
É óbvio que a tal denúncia deve ser investigada, mas também entendo que, antes do conhecimento da verdade, deve-se evitar espetáculo de pirotecnia e lances factóides no afã da promoção pessoal pela imprensa. Cabe, portanto, ao Ministério Público, na condição de fiscal da lei, tomar a dianteira das investigações, razão porque, daqui, apelo ao ilustre procurador, Dr. Audaliphal Hildebrando, titular do Ministério Público do Trabalho no Amazonas, a pessoalmente comprovar se tais denúncias são verdadeiras, ou simples aleivosias, como prefiro acreditar.
Até dia desses entendia que o crime de cárcere privado tem a ver com o seqüestro e prisão de uma pessoa em lugar fechado, onde, contra a sua vontade, é aprisionada e mantida de forma violenta. Será que esse tipo de crime abominável ocorre no campo de experimentação da Embrapa? Pelo visto, não vai demorar muito para alguém afirmar que a Embrapa não mantém campo de experimentação, mas de concentração, nos moldes nazista, cercado com arame farpado e com guardas armados, com ordem de atirar em quem tentar fugir. É só o que está faltando.
E quanto à história de trabalho escravo? Por acaso, na época da escravidão um escravo recebia salário, férias, 13º, tinha direito a FGTS e INSS, além de refeição e instalações para moradia? Mas que tipo de escravização é essa em que as pessoas exercem direitos, inclusive o de, se quiser, procurar outro emprego? Ocorreu mudança, de natureza semântica, alterando a palavra escravidão? Pelo o que sei, não. Escravo é alguém que não tem liberdade e, mediante um ato de força, submete-se à vontade do patrão sem direito a nada. As rebeliões nas fazendas na época escravagista resultavam em punições sangrentas, com o negro recebendo quantas chibatas o seu proprietário autorizasse o feitor a aplicar.
Nos tempos atuais sabe-se que fazendas foram implantadas na selva Amazônica utilizando-se o trabalho braçal de pessoas contratadas por um elemento, o gato. Transportadas para a área da derrubada da mata, os contratados eram submetidos a regras violentas, obrigados a trabalhar o dia todo em troca de um salário que nunca recebia porque, obrigado a comprar carne seca, farinha e feijão por um preço elevadíssimo, permanecia a vida inteira devedor do dono da Fazenda. Paralelo a isso, os trabalhadores eram vigiados por jagunços armados, dispostos a disparar contra o pobre coitado que tentasse fugir. Escravidão é isso.
Entendo que irregularidades até podem existir, mas nada que não possa ser corrigido. Agora essa conversa de trabalho escravo e cárcere privado não entram na cabeça de ninguém com uma pitada de bom senso, principalmente se o acusado é a Embrapa, o principal modelo de órgão público (um dos poucos que deu certo neste País) voltado para o crescimento econômico do Brasil na área dos agronegócios.
Por: vereador Mário Frota
Líder do PSDB na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM