NO BRASIL A CLASSE OPERÁRIA JÁ CHEGOU AO PARAÍSO. PELO MENOS É QUE O PENSA O PRESIDENTE LULA E OS CHEFÕES DAS CENTRAIS SINDICAIS. No Brasil o 1º de maio, ao contrário do resto de mundo, foi comemorado com festa, churrasco e muita cerveja. Deixou de ser um dia de reflexão para a classe trabalhadora. Questões como redução da jornada de trabalho, melhoria salarial e outros direitos a serem conquistados, deixaram de existir. Agora é só festa, cantores e bandas agitando os palcos.
Ano passado, por ocasião do 1º de maio, assisti, pela televisão, manifestações no mundo inteiro sobre as graves questões que envolvem a classe trabalhadora, enquanto, aqui, a turma bebia e comia tripa à forra e mandava às favas quem ousasse falar em reivindicação.
Ao contrário do que ocorreu mundo a fora, aqui a mesma televisão apresentava um quadro diferente.
No país inteiro a mesma coisa: churrasco, shows e bebedeiras, quase tudo financiado pelos cofres públicos. A impressão que se tem é que no Brasil de hoje o trabalhador vive no paraíso. Ora, se vive no céu para quê protesto? Lembrei-me do clássico de cinema italiano, da década de 70, intitulado “A Classe Operária vai ao Paraíso”, dirigido por Elio Petri e interpretado por Gian Maria Volonté. Um filme inesquecível não só pela temática, explosiva, mas também, pela extraordinária interpretação de Volonté.
Aqui, pelo que se sabe, o ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula, foi o único operário que chegou ao paraíso. Ou tem mais gente por lá? Se existe são os dirigentes das poderosas centrais sindicais que hoje recebem dinheiro do trabalhador que é obrigado a recolher, todo ano, um dia de trabalho para os cofres das centrais. O companheiro Lula, ano passado, fez o Congresso Nacional aprovar uma lei que exime essas benditas centrais sindicais a prestar contas dos recursos recebidos. Até o Tribunal de Contas da União está impedido de investigar tais gastos. É o paraíso, mas para os chefões das centrais, não para a sofrida classe trabalhadora, hoje miseravelmente manipulada pelos pelegos que controlam os sindicatos.
Na nossa Manaus, que ostenta um dos maiores parques industriais da América do Sul, não foi diferente este ano. A festa foi no Sambódromo. O que não foi pago pelos cofres do município e do Estado foi “doado” pelos patrões do Distrito. A marca da zorra. Bandas, cantores, bois-bumbás, e o diabo a quatro. Nenhuma reflexão, nenhum protesto, nenhuma reivindicação. Parecia até que a vida dos nossos trabalhadores é um mar de rosas. Pelo menos é o que os organizadores desses milionários eventos deixam transparecer.
Por: Vereador Mário Frota
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM
Líder do PDT na CMM
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