Amazonino
manda em 30 dos 38 vereadores na Casa. O nível de subserviência é de dar nojo.
Texto: Vereador Frota Mário *
Na
Prefeitura e na Câmara quem manda é o Amazonino. Quando o vereador abre mão de
investigar o prefeito, fato que ocorre na Câmara, onde ele controla a maioria,
o parlamento cai em descrédito, degrada-se.
Quem leu o jornal A Crítica de hoje, deve
ter ficado chocado com o nível de absoluta ignorância política dos eleitores
entrevistados. Na coluna intitulada Voz das Ruas, 12 eleitores ouvidos afirmaram,
categoricamente, que nada sabem e nem estão interessados em saber o que faz um
vereador.
Imagine que é esse o pessoal que vai escolher
os vereadores da próxima legislatura. Como pode um eleitor, sem qualquer
informação sobre a atividade de um parlamentar, exercer corretamente o sagrado
exercício democrático do voto? É
exatamente esse pessoal que, pela sua desinformação política, elege os piores
pilantras a cada eleição. Como ele não sabe e não quer saber o que um vereador
faz, facilmente vende o seu voto em troca de qualquer coisa, que pode ser por
uma cesta básica, promessa de emprego ou, como acontece muitas vezes, até mesmo
por dinheiro para beber cachaça.
Convidado pelo jornal a comentar a enquete,
o sociólogo Renan Freitas Pinto, uma autoridade no assunto, disseca a questão
com rápidas pinceladas ao afirmar, que de forma geral, a população não conhece
o papel do vereador porque o próprio parlamentar não valoriza suas funções de
criar boas leis municipais para a população, ou exercer o poder que tem para
investigar o executivo, no caso em questão o Prefeito. Diz ele que quando o
vereador abre mão de investigar o prefeito, fato que ocorre na Câmara, onde ele
controla a maioria, o parlamento cai em descrédito, degrada-se.
O professor Renan tem toda razão. Nesses
três anos e meio de administração, o Amazonino fez a Câmara de gato e sapato,
aprovando tudo o que mandou para o plenário da Casa. Aprovou a lei do lixo, a
que aumentou o IPTU de forma absurda, o da Zona Azul e o que permite o prefeito
privatizar todos os espaços públicos do município, incluindo aí os cemitérios.
O projeto do Orçamento ele, nos últimos três anos aprovou até com os erros de
português. Nem mesmos os vereadores da sua base tiveram o direito de aprovar
qualquer emenda, aliás, não mudaram uma única vírgula.
Como esse parlamento quer se fazer
respeitar? Aqui no município de Manaus a famosa teoria dos três poderes
idealizada por Montesquieu, há muito foi por água abaixo, ou seja, se existe é
só no papel. Na Prefeitura e na Câmara quem manda é o prefeito. Manda em 30 dos
38 vereadores na Casa, que obedecem ao “chefe” como eles o chamam, sem
pestanejar. Acredito que se um dia o Amazonino mandar qualquer deles pular de
um prédio de 20 andares, muito vão questionar ao senhor amo se não seria melhor
pular de um de 30. O nível de subserviência é de dar nojo.
*Advogado;
*Líder do PSDB na CMM;
*Presidente da
Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.
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