A decisão do governo do Rio de Janeiro , Sérgio Cabral, que preferiu mandar prender centenas de bombeiros que reivindicavam melhoria salarial foi antidemocrática, abusiva, medida que poderia se enquadrar muito bem dentro de uma ditadura, fruto do golpe militar deflagrado em l964, mas nunca numa democracia como a que conquistamos para viver hoje.
Pouco tempo depois do desaparecimento da ditadura do Estado Novo, que teve Getúlio Vargas à frente, eclodiu uma greve, reivindicando pagamento de salários atrasados, em uma cidade industrial próxima à Belo Horizonte. Muito nervoso, entra no gabinete do governador Milton Campos, um dos seus secretários e lhe diz: “governador, o senhor tem que mandar um trem cheio de policiais para conter a greve”. O governador, na maior tranqüilidade: “por que não mandar o trem pagador?
Com certeza o governador do Rio de Janeiro desconhece essa história envolvendo um dos governadores mais democráticos da história de Minas Gerais. Caso conhecesse tal lição, por certo que não teria mandado forças policias prender os bombeiros, tratando-os como se fossem marginais. É uma vergonha! Enquanto o exemplo do mestre Milton Campos entrou, de forma positiva para a história, o do governador do Rio de Janeiro é infame e vai manchar a sua biografia. Conversar dialogar é importante numa democracia, fundamental.
Os bombeiros do Rio de Janeiro ganham hoje um salário mísero de R$ 900,00, menos do que ganha um simples motorista de ônibus de qualquer Estado. Não é nada justo que uma pessoa que coloca diariamente a sua vida em risco para salvar o patrimônio e a vida dos outros receba tal salário? Eles reivindicam R$ 2.000,00, o que não é muito, mas o necessário para que possam viver com os seus familiares com mais dignidade. Em cada lado do ombro temos um anjo, um é bom e o outro é mal. O governador Sérgio Cabral deve ouvir o anjo de Deus. Daqui o aconselho: ‘faça isso e o senhor vai se dar bem por fazer o bem. Se agir dessa forma, o senhor vai dormir melhor, sem ser perturbado pela culpa de manter presos pais de família, homens honrados, tratados como se fossem a escória do Rio de Janeiro’.
Por: vereador Mário Frota
Líder do PDT na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM
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