Aldenor Lima, proprietário do Restaurante Canto da Peixada
Mário Frota: “Até hoje ele exibe em
uma vitrine, no seu restaurante, as louças e talheres usados pelo Pontífice.
Quando Aldenor soube que o papa vinha visitar a cidade de Manaus, procurou o então
arcebispo, Dom Hamilton, e pediu para servir a refeição para o Papa João Paulo
II. O cardápio da janta foi caldeirada de tucunaré. O Papa gostou tanto que no
outro dia quis almoçar novamente o nosso peixe, quando comeu costela de
tambaqui na brasa”.
Projeto de Lei de autoria do vereador Mário Frota
(PHS), que torna o Restaurante Canto da Peixada como Bem Imaterial do
patrimônio histórico e cultural de Manaus, foi aprovado hoje (9) na Câmara
Municipal de Manaus (CMM). O Canto da Peixada foi inaugurado no
dia 1º de maio de 1974, no Dia do Trabalhador.
Aldenor Ernesto de
Lima, proprietário do restaurante, nasceu em 27 de agosto de 1938, no Careiro
da Várzea. Em 1962 trabalhou no garimpo de ouro no rio Tapajós; em 1965 foi
estivador no Porto de Manaus; em 1966 trabalhou garimpeiro de cassiterita, em
Rondônia, no rio Massangana; em 1966 foi garimpeiro no alto Paraguai, no estado
de Mato Grosso. Na ocasião não tinha dinheiro para retornar para Manaus e, por
intermédio do desembargador Carlos Avallone, de Cuiabá, e da amizade que fez com
o mecânico da Paraense Transportes Aéreos, voltou para Manaus escondido no
banheiro do avião.
Em 1973 trabalhou
na antiga Jonasa, como prático. Foi então que em 1° de Maio de 1974 junto com
seu amigo Luis Martins (conhecido alfaiate da época) abriu o Restaurante Canto
da Peixada, com um fogão doméstico, um freezer emprestado e 200 cruzeiros
emprestados do seu pai (na época um salário mínimo era 240,00 Cruzeiros).
Depois de 2 anos Luis Martins saiu da sociedade. Na época existiam alguns
restaurantes que ficavam de esquina: Canto da Alvorada, Canto da Saudade e
Canto do Galeto, foi daí o nome de Canto da Peixada.
No começo só abria
de noite e funcionava até as 6 horas da manhã, quando os antigos boêmios vinham
das festas e tomavam a tradicional caldeirada de tucunaré e bodó para tirar a
ressaca. Naquela época não existia os fast-food de hoje. Comida de fim de festa
era o famoso caldo de peixe.
Localizado no
bairro da Praça 14 há 42 anos, o local é um dos mais antigos restaurantes de
Manaus. Seus clientes são trabalhadores da região, turistas, pessoas anônimas a
famosos.
De acordo com Mário
Frota, o mais ilustre dos clientes que Aldenor Lima já serviu e o que é motivo
de seu maior orgulho, foi o Papa João Paulo II, em 1980. “Até hoje ele exibe em
uma vitrine, no seu restaurante, as louças e talheres usados pelo Pontífice.
Quando Aldenor soube que o papa vinha visitar a cidade de Manaus, procurou o então
arcebispo, Dom Hamilton, e pediu para servir a refeição para o Papa João Paulo
II. O cardápio da janta foi caldeirada de tucunaré. O Papa gostou tanto que no
outro dia quis almoçar novamente o nosso peixe, quando comeu costela de
tambaqui na brasa”, lembra o autor do projeto. (Por: Roberto Pacheco – MTb 426).
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