segunda-feira, 9 de maio de 2016

RESTAURANTE CANTO DA PEIXADA É TOMBADO COMO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL DE MANAUS


 Aldenor Lima, proprietário do Restaurante Canto da Peixada

Mário Frota: “Até hoje ele exibe em uma vitrine, no seu restaurante, as louças e talheres usados pelo Pontífice. Quando Aldenor soube que o papa vinha visitar a cidade de Manaus, procurou o então arcebispo, Dom Hamilton, e pediu para servir a refeição para o Papa João Paulo II. O cardápio da janta foi caldeirada de tucunaré. O Papa gostou tanto que no outro dia quis almoçar novamente o nosso peixe, quando comeu costela de tambaqui na brasa”.
Projeto de Lei de autoria do vereador Mário Frota (PHS), que torna o Restaurante Canto da Peixada como Bem Imaterial do patrimônio histórico e cultural de Manaus, foi aprovado hoje (9) na Câmara Municipal de Manaus (CMM). O Canto da Peixada foi inaugurado no dia 1º de maio de 1974, no Dia do Trabalhador.
Aldenor Ernesto de Lima, proprietário do restaurante, nasceu em 27 de agosto de 1938, no Careiro da Várzea. Em 1962 trabalhou no garimpo de ouro no rio Tapajós; em 1965 foi estivador no Porto de Manaus; em 1966 trabalhou garimpeiro de cassiterita, em Rondônia, no rio Massangana; em 1966 foi garimpeiro no alto Paraguai, no estado de Mato Grosso. Na ocasião não tinha dinheiro para retornar para Manaus e, por intermédio do desembargador Carlos Avallone, de Cuiabá, e da amizade que fez com o mecânico da Paraense Transportes Aéreos, voltou para Manaus escondido no banheiro do avião.
Em 1973 trabalhou na antiga Jonasa, como prático. Foi então que em 1° de Maio de 1974 junto com seu amigo Luis Martins (conhecido alfaiate da época) abriu o Restaurante Canto da Peixada, com um fogão doméstico, um freezer emprestado e 200 cruzeiros emprestados do seu pai (na época um salário mínimo era 240,00 Cruzeiros). Depois de 2 anos Luis Martins saiu da sociedade. Na época existiam alguns restaurantes que ficavam de esquina: Canto da Alvorada, Canto da Saudade e Canto do Galeto, foi daí o nome de Canto da Peixada.
No começo só abria de noite e funcionava até as 6 horas da manhã, quando os antigos boêmios vinham das festas e tomavam a tradicional caldeirada de tucunaré e bodó para tirar a ressaca. Naquela época não existia os fast-food de hoje. Comida de fim de festa era o famoso caldo de peixe.
Localizado no bairro da Praça 14 há 42 anos, o local é um dos mais antigos restaurantes de Manaus. Seus clientes são trabalhadores da região, turistas, pessoas anônimas a famosos.
De acordo com Mário Frota, o mais ilustre dos clientes que Aldenor Lima já serviu e o que é motivo de seu maior orgulho, foi o Papa João Paulo II, em 1980. “Até hoje ele exibe em uma vitrine, no seu restaurante, as louças e talheres usados pelo Pontífice. Quando Aldenor soube que o papa vinha visitar a cidade de Manaus, procurou o então arcebispo, Dom Hamilton, e pediu para servir a refeição para o Papa João Paulo II. O cardápio da janta foi caldeirada de tucunaré. O Papa gostou tanto que no outro dia quis almoçar novamente o nosso peixe, quando comeu costela de tambaqui na brasa”, lembra o autor do projeto. (Por: Roberto Pacheco – MTb 426).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fale conosco ou comente esta matéria