Hoje as comemorações, organizadas
pelas Centrais Sindicais, resumem-se a churrascadas e bebedeiras. O principal
culpado pela falência do sindicalismo no país é o Imposto Sindical. Tudo isso
começou com a chegada do Lula ao Poder.
Aproxima-se
o 1º de maio, a data mais importante comemorada pelos trabalhadores de todo o
Planeta. Mesmo nos países do chamado Primeiro Mundo, a classe trabalhadora
reúne-se em espaços públicos e promovem grandes manifestações, fato um tanto diferente
daqui, pois, enquanto lá, o 1º de maio é comemorado com reuniões para protestar
contra baixos salários, discutir questões como a redução da jornada de
trabalho, ou segurança no trabalho, no Brasil de hoje as comemorações,
organizadas pelas Centrais Sindicais, resume-se a churrascadas e bebedeiras, a
exemplo do que vem ultimamente ocorrendo
em São Bernardo (SP), historicamente a pátria do movimento sindical
metalúrgico.
Por
que então esse descaso das lideranças sindicais no Brasil com o 1º de maio? Resposta: acomodação. Tudo isso começou com a
chegada do Lula ao Poder. Aí está o divisor de águas. Antes, somente os sindicatos e federações
sindicais tinham direito à partilha do Imposto Sindical, representado pelo
recolhimento compulsório, ou seja, na marra, de um dia de salário cobrado
anualmente dos trabalhadores de todo o país. No poder, Lula determinou que uma
parcela oriunda desse imposto fosse destinada às Centrais Sindicais. E mais:
impediu que o Tribunal de Contas da União (TCU), continuasse a fiscalizar os
sindicatos no concernente a aplicação desses recursos.
Na
opinião da procuradora do Ministério Público do Trabalho no Amazonas (MPF-AM),
Alzira Costa Melo, publicada no jornal A Crítica, do dia 18 do mês corrente, “o
principal culpado pela falência do sindicalismo no país é o Imposto Sindical, fonte
de disputas ferozes pela liderança dos sindicatos”. Segundo ela “esse imposto
gera acomodação, roubalheira, desvio de conduta e briga para se perpetuar no
poder”.
Por
trás das recentes disputas que vêm ocorrendo no sindicato dos Rodoviários e no da
Construção Civil, a razão não é outra senão a grana alta, que em breve estará
sendo repassada pelo governo para as contas desses dois sindicatos. Eis a razão
que levou o grupo que foi afastado por decisão judicial do sindicato dos
Rodoviários a articular a greve que culminou com paralisação do transporte
coletivo em Manaus, tocada de forma ilegal, que causou enormes prejuízos a
pessoas e empresas.
Esqueceu
a ilustre procuradora de dizer que a decadência do sindicalismo no Brasil tem
início com o surgimento da República sindicalista, implantada pelo Lula no seu
primeiro governo como presidente. A impressão que se tem, em razão da
acomodação dos sindicatos, amaciados por tantas benesses, é que hoje os
trabalhadores não têm mais nenhum tipo de problema neste País. Todos já foram
resolvidos, fato que até me faz lembrar o clássico do cinema político italiano,
‘A Classe Operária vai ao Paraíso’, dirigido por Elio Petri e interpretado pelo
genial Gian Maria Volontè. Será que
estou enganado?
Por: vereador Mário Frota
Líder do PSDB na CMM
Presidente da Comissão
de Constituição, Justiça e Redação da CMM
A
CLASSE OPERÁRIA VAI AO PARAÍSO
Um clássico do cinema italiano, rodado em
1971, numa cidade industrial do norte da Itália, “A Classe Operária vai ao
Paraíso”, conta a história de um operário metalúrgico italiano chamado Lulu, (não confundir com Lula) interpretado por
Gian Maria Volontè. Lulu é um operário padrão muito bem visto pelos superiores
e invejado pelos colegas de trabalho. O filme fala de trabalho, intrigas e
política. O operário acaba perdendo um dedo (não confundir com Lula) em um acidente de trabalho e é envolvido em
um movimento de protesto. Ele fica dividido entre as tentações da sociedade de
consumo e o movimento sindical, (não
confundir com Lula) numa radiografia do impasse ideológico de muitos
trabalhadores.