quinta-feira, 26 de abril de 2012

TAYAH AGIU COMO UM PEQUENO DITADOR



Confesso que fato como esse não vi nem na época da ditadura militar que, ao lado de outros brasileiros, ajudei a derrubar. Por tal razão, mais uma vez estou ingressando na Justiça contra esse tipo de tirania.
“Quanto mais conheço o homem, mais amo meu cão”, afirmava Voltaire. O autor de Candide era dono de uma mente brilhante, o que se pode chamar de gênio. Ora, se em vez do grande escritor e filósofo que foi,  tivesse ele exercido cargos políticos, de preferência aqui no Brasil,  com certeza que a sua frustração em relação ao ser humano seria bem maior, ou seja,  na  pior das hipóteses, teria substituído  a palavra cão por    poste, o   da frente da sua casa.
Vejam se tenho ou não razão. Há dias atrás, consegui 14 assinaturas como forma de apoio para um projeto de minha autoria, que tem por objetivo extinguir o auxílio paletó, também conhecido por 14º salário, uma ajuda de custo equivalente a um mês de salário dos vereadores, um privilégio que nasceu neste país há mais de 50 anos, que o nosso povo não mais aceita e que precisa ser extirpado.
De forma estranha, em reunião na sala do Presidente da Casa, Isaac Tayah, somente três das 14 assinaturas foram mantidas no sentido do projeto seguir o seu trâmite natural. Dos 14 que já haviam assinado o meu projeto, a título de apoiamento, só três não se vergaram à vontade do presidente Tayah de sepultar o projeto antes de ele chegar à Mesa para deliberação.
O que mais me deixou surpreso é que, dos três que mantiveram intactas as suas assinaturas, dois são da base do governo, no caso os vereadores Homero de Miranda Leão e Luiz Alberto Carijó. Quanto à oposição, somente o vereador Waldemir José, do PT, se manteve firme. A minha maior decepção foi ver os vereadores Elias Emanuel e Joaquim Lucena baterem em retirada. Um vexame!   Na Câmara eles se dizem de oposição. Mas oposição a quem?
Dos 38 vereadores, quase todos se curvaram à vontade de Isaac Tayah que, desde o primeiro momento, como um pequeno ditador, ameaçou que não iria permitir que o projeto tramitasse na Casa, comportamento que agride à democracia e estupra  o Estado de Direito, garantidor do direito   das  minorias de legislar nos parlamentos. Confesso que fato como esse não vi nem na época da ditadura militar que, ao lado de outros brasileiros, ajudei a derrubar. Por tal razão, mais uma vez estou ingressando na Justiça contra esse tipo de tirania.  No jogo político é natural ceder aqui e acolá, menos, é claro, quando a questão envolve princípios. E quando isso acontece, a minha formação não permite recuar um só centímetro.   

Por: vereador Mário Frota
Líder do PSDB na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM

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