Não se assuste, o número acima tem a ver apenas com dados oficiais de contas declaradas. O grosso mesmo pode ser dez vezes maior, afirmam funcionários e gerentes de bancos particulares suíços. Outros agentes financeiros suíços vão mais longe e dizem que os US$ 6 bilhões são apenas a ponta do iceberg.
A quem pertence essa montanha de dólares depositados nos bancos Suíços? De empresários que ganharam esse dinheiro de forma honesta, ou de empresários pilantras que, não podendo revelar a origem do dinheiro, preferem escondê-lo em paraísos fiscais? Mais uma inocente indagação: Será que nessa lista não tem políticos corruptos, desses safados que, como também não tendo como revelar a origem do dinheiro à Receita Federal, preferem mantê-los nos bancos da Suíça?
Posso ser feio e antipático e sei lá o que mais, mas, com certeza não sou idiota ou burro. Claro que grande parte dessa dinheirama, calculado por certas autoridades bancárias da Suíça em US$ 60 bilhões, ou seja, dez vezes os US$ 6 bilhões já revelados pelas autoridades monetárias da Suíça, têm origem em dinheiro roubado dos cofres públicos deste pobre Brasil.
Com a queda da ditadura militar em l985, acreditava-se que muitos bilhões de dólares tinham sido escondidos em paraísos fiscais ao longo dos 21 anos do regime autoritário. Ao assumir, o Sarney criou o título ao portador para facilitar o retorno desse dinheiro ao País. O título ao portador não exigia nenhum documento na hora do depósito, assim como não havia a exigência da declaração da origem do dinheiro. O depositante recebia um papel com o um número, e só.
Sob tal garantia, milhões de dólares foram chegando do exterior. O problema é que o Fernando Collor assumiu e deu o golpe, ou seja, o depositário do título ao portador podia retirar o dinheiro depositado, mas teria que declarar a origem da grana. Foi um Deus nos acuda. Resultado: milhões de dólares entraram de graça nos cofres da União.
Assim, muito dinheiro roubado por políticos e empresários ladrões, terminaram, de forma tranqüila, retornando aos cofres da nação.
Por: vereador Mário Frota
Líder do PDT na Câmara Municipal de Manaus (CMM)
Presidente da Comissão de Constituição e Justiça da CMM
foto: www.oglobo.globo.com
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