GILBERTO, AMAZONINO E EDUARDO FALHARAM COM O INTERIOR, HOJE TÃO ABANDONADO QUANTO HÁ 30 ANOS. E O OMAR? O QUE VAI PODER FAZER? Como homem que tem origem nas barrancas do rio Piorini, afluente que separa Coari de Codajás, fiquei feliz quando os jornais publicaram que o Omar vai lutar pelo interior, hoje relegado ao abandono. A única expectativa que as pessoas que vivem nessas regiões têm, é a de um dia poder sair de lá para viver em Manaus. A exceção é o Iranduba, quase um bairro de Manaus, atualmente abrigando várias olarias, e Itacoatiara, que hoje tem uma grande madeireira, a Mil Madeireira. Fora isso, em todo o interior do estado não existe indústrias, uma única fábrica para empregar os filhos da região.
Algumas pessoas, em visita ao interior, de lá voltam dizendo: “olha a cidade tal cresceu muito”. É verdade. Tefé, Coari, Tabatinga e outras cidades cresceram em razão das populações que habitavam os rios, lagos e paranás, terem migrado para as sedes dos municípios em busca de melhores dias. Mas onde está o emprego? Não existe, a não ser os que são oferecidos pelas prefeituras, na base do toma lá, dá cá, ou seja, a pessoa ganha um emprego, desde que se comprometa em apoiar o prefeito na próxima campanha política, ou a quem ele indicar. Esse é o jogo.
Fora isso, no máximo alguém pode conseguir emprego de balconista (que prefiro chamar de subemprego) numa loja da cidade. Emprego mesmo não existe. Daí a razão porque muitos jovens que vivem nos chamados corredores da droga terminam se envolvendo com esse tipo de crime, perigoso, pois, quem entra não sai, é como descer as escadarias do inferno. O destino desse jovem está selado: ou um dia vai ser alvo das balas da polícia, ou assassinados por outros traficantes.
Já disse em matéria assinada neste blog, que o último governador que planejou para o interior do Estado foi o José Lindoso, meu adversário na época. De lá para cá só enganação, empulhação, mentira e muita conversa fiada. Quem conhece o resultado da revolução agrícola prometida por Amazonino Mendes, na campanha de 1986? Prometeu que iria libertar o interiorano do cabo do machado e promover a maior revolução agrícola da história do Amazonas. Depois de eleito, sem nenhum critério, danou-se a distribuir motos-serras, o que fez aos milhares.
No segundo e no terceiro mandatos, parou de distribuir motos-serras e resolveu banir o remo. Em razão disso importou da China motores para adaptar rabetas para uso em canoas. Além desses motores, importou também grupos geradores e pequenos tratores agrícolas. Resultado: seis meses depois os equipamentos importados da China estavam quebrados, entulhando oficinas em todo o interior. E por quê? Por duas razões: primeiro pela tecnologia ruim chinesa; segundo pela falta de peças de reposição. A experiência do Amazonino desceu o barranco e naufragou. Milhões dos impostos do povo jogados pelo ralo da incompetência e da corrupção, e ninguém pagou por isso.
Por último o projeto Zona Franca Verde, de Eduardo Braga, que, até hoje, ninguém sabe do que se trata. Assim como o projeto da revolução agrícola de Amazonino, o projeto Zona Franca Verde foi muito bom no papel e pela propaganda na televisão. Enfim, os projetos tocados por Amazonino e Braga, em pouco se diferenciaram do projeto agrícola desenvolvido por Jaith Chaves, secretário de produção de Mestrinho, que teve como resultado um repolho de alguns quilos, que orgulhosamente apresentava nos programas televisivos, o que levou o povo a apelidá-lo de Jaith Repolhão. Pode parecer engraçado, mas, no fundo, é trágico.
Não desista, Omar. A esperança é a última que morre.
Por: vereador Mário Frota
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM
Líder do PDT na CMM
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