segunda-feira, 19 de julho de 2010

TRANSPORTE COLETIVO EXPÕE PASSAGEIROS AO PERIGO

QUE VERGONHA. PASSAGEIRO É ENGOLIDO POR PISO DE ÔNIBUS QUE SE ROMPE. Os usuários do transporte coletivo de Manaus, além de presenciar todos os dias os ônibus que quebram, que pegam fogo, haja vista que nos últimos seis meses cinco foram consumidos pelas chamas, agora aconteceu o absurdo dos absurdos: segundo fato noticiado pela TV A Crítica, o piso de um ônibus rompeu e o passageiro ficou entalado, sendo arrancado do buraco pelos demais passageiros que o socorreram. Foi um Deus nos acuda.

Fatos como esse estão acontecendo porque a frota de ônibus que serve ao povo de Manaus está caindo aos pedaços, carcomida pelo tempo, um amontoado de ferrugem percorrendo as nossas ruas. Sem medo de errar: trata-se da frota mais velha do País. Digo isso desde a administração passada quando eu era vice do Serafim. Aliás, um vice que falava, que não ficava calado, que denunciava o que estava errado, doesse a quem doesse.

Após criada a Transmanaus, consórcio viciado na sua origem e, por isso mesmo, denunciado pelo Ministério Público, os donos de ônibus fizeram chegar à nossa cidade cerca de 500 ônibus que eles alegavam serem novos. Novos uma ova! Alertei o Serafim que, no máximo, 15 por cento daqueles ônibus eram novos. A maioria eram ônibus velhos, desamassados e pintados, que, depois, voltavam às ruas como novos.

À época, lembro-me que assisti, em frente à sede do Olímpico, na Avenida Constantino Nery, a entrega de 80 desses ônibus. Depois da solenidade retirei-me e, no trajeto de volta para casa, meu motorista, o Mardem, foi logo me alertando: “O segundo ônibus da fila está soltando óleo na pista”, pelo que retruquei: ‘que é isso rapaz, já viu vazamento de óleo em ônibus novo’? Ele sorriu e disse: “E o senhor já viu ônibus novo com pneu recauchutado. Dê uma olhada e o senhor vai tomar um susto”. Olhei para fora do carro e constatei que o Mardem estava me dizendo a verdade.

Mas não ficou nisso. No final da fila estavam dois ônibus articulados sendo entregues como novos. O meu motorista parou e apontou com o dedo: “Veja, as cobras (logomarca) da União Cascavel entrelaçadas ainda podem ser vista por baixo da tinta”. Olhei e constatei que haviam pintado tão mal, que as cobras, realmente, ainda estavam lá. Fiquei em estado de perplexidade, pois havia entendido tudo, ou seja, que acabara de presenciar uma fraude, das mais cabeludas. Não é à toa que os dirigentes do SINETRAM estão me processando porque, em entrevista ao jornal A Crítica, chamei-os de mafiosos.

Ora, está explicado porque seis meses depois aqueles ônibus quebravam nas ruas e hoje não passam de um amontoado de ferro-velho pegando fogo e o piso se rompendo e engolindo os passageiros.

Por: vereador Mário Frota

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM

Líder do PDT na CMM

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