segunda-feira, 5 de setembro de 2016

EM NOME DA DECÊNCIA NÃO PERMITAM QUE POLÍTICOS INESCRUPULOSOS ESTUPREM A CONSTITUIÇÃO DO PAÍS




Dilma Rousseff e Ricardo Lewandowski, afronta a Lei Maior.


Por: Vereador Mário Frota*
Nesse episódio esdrúxulo, mais do que isso imoral, que culminou com o fatiamento da decisão em benefício da ex-presidente Dilma, cabe, sim, ao STF se pronunciar e fazer valer o que enuncia a regra já estabelecida pela nossa Carta Magna.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmam que os recursos que serão impetrados àquele tribunal, não podem prosperar, incluindo aí o que fatiou a decisão, permitindo que Dilma não perca o direito de exercer cargo público por oito anos, diferente do que ocorreu no passado com Fernando Collor de Melo. Segundo o que li esses juízes defendem que a questão, incluindo aí a do tal fatiamento, deve ser deixado para que o Congresso resolva de forma pacífica. Maior disparate, frente à ofensa sofrida pela Constituição, não tenho recordação na história deste País, a não ser nos anos em que a ditadura militar sufocou pela força das armas o Congresso Nacional e tratou o STF e os demais tribunais da República com o mais soberano desprezo, tratando-os como lixo.
Confesso que, depois dessa, fiquei ainda mais descrente deste País. Por que o STF quer lavar as mãos de um fato que, na condição de guardião da Constituição, lhe diz respeito com todas as letras do alfabeto? Nesse episódio esdrúxulo, mais do que isso imoral, que culminou com o fatiamento da decisão em benefício da ex-presidente Dilma, cabe, sim, ao STF se pronunciar e fazer valer o que enuncia a regra já estabelecida pela nossa Carta Magna.
Fosse a responsabilidade envolvendo esse dramático caso tão somente dos senadores, no caso sob o controle de uma manobra arquitetada por Renan Calheiros, não seria tão grave não estivesse o Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, na oportunidade, presidido a reunião do impeachment. O que se depreende é que o fato não teria sido possível sem a aquiescência de Lewandowski. Teria agido ele como cúmplice de uma manobra acintosa à Constituição pátria? Ocorreu uma conspiração para salvar Dilma da punição em questão? A ideia saiu de última hora da cabeça do Renan, ou foi fruto de maquinação envolvendo um grupo de senadores com o aval do presidente do STF?
É preciso que, em nome da decência e da honra, os ministros da nossa Suprema Corte não permitam que políticos inescrupulosos rasquem, aliás, pior do que isso, estuprem a Constituição do País como o fizeram. Esse tipo de afronta à Lei Maior da nação brasileira não pode ficar impune.

*Advogado;
*Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.

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