Texto:
Vereador Mário Frota*
Arthur
foi efusivamente aplaudido, por ter tido a coragem de dizer o que muita gente
gostaria de dizer, mas, para não melindrar ninguém, prefere ficar calado.
Participei da Convenção Nacional do PSDB,
realizada neste último sábado, em Brasília, e posso testemunhar que, dos mais
de 20 vinte oradores escolhidos para falar, os melhores discursos foram o do
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do Arthur Virgílio Neto.
Fernando Henrique, considerado como um dos
mais importantes sociólogos do mundo, um dos poucos brasileiros que lecionou na
Sorbonne, a mais importante universidade da França, pronunciou-se com
brilhantismo e, como sempre, deu uma aula de Brasil aos milhares de
participantes do evento.
Quanto ao Arthur, o que posso dizer é que
ele se superou num discurso que empolgou a gregos e troianos. O que ficou claro
é que o discurso do Arthur pautou os demais pronunciamentos. Até o seu discurso, o que se viu foram falas
paroquiais, desimportantes, voltados para questões locais.
No seu pronunciamento, Arthur Virgílio
lembrou que o PSDB tem que ser um partido nacional, com preocupações com o
todo, com o Sul e o Sudeste, obviamente, mas sem descuidar da periferia, ou
seja, do Brasil do Nordeste e, em especial, da Amazônia. E indaga, sem a
Amazônia, que importância o Brasil teria para o mundo?
Apesar de magoado com Geraldo Alckmin, em
razão da infeliz posição que o governador de São Paulo vem assumindo em
prejuízo à nossa Zona Franca, mesmo assim o citou no seu discurso, mas
indiretamente o alfinetou por várias vezes. Ao final, Arthur foi efusivamente
aplaudido, fundamentalmente por ter tido a coragem de dizer o que muita gente
gostaria de dizer, mas, para não melindrar ninguém, prefere ficar calado.
Esse Arthur destemido que, na defesa do
Amazonas, não tem medo de dizer o que pensa, é que nos faz falta no Senado. Pessoalmente não me conformo com isso. (Foto:
www.cbnmanaus.com.br).
*Advogado;
*Líder
do PSDB na CMM;
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM;
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