Texto:
Vereador Mário Frota*
O
novo estádio, no futuro, superlotado, vai ter a honra de sediar o campeonato
local, numa disputa acirrada, uma espécie de Fla-Flu, entre o Penarol e o
Manicoré.
2.014, o ano da Copa, está à porta. E é de
se perguntar: em que Manaus vai melhorar, ou seja, ficar mais bonita e mais
atraente para receber alguns milhares de pessoas que devem aqui chegar para
curtir o mais importante campeonato de futebol do mundo?
Eduardo Braga, quando governador, mexeu
mundos e fundos para que Manaus fosse uma das capitais a sediar os jogos da
Copa. Falava-se, nessa época, na
construção de um novo estádio em substituição ao Vivaldão, uma obra soberba, financiado
pelo povo do Amazonas, construído pelo grande arquiteto Severiano Mário Porto, e
inaugurado em 1.970 numa partida histórica entre a seleção do Amazonas e a
Canarinho. Foi o último jogo em território nacional da grande seleção, com a
participação de craques como Pelé, Jairzinho, Tostão, Rivelino, Gerson e outros
cobras. Dia seguinte ela viaja para o
México, onde o Brasil se consagra tri campeão do mundo.
De nada adiantou o nosso Vivaldão
apresentar-se, por exemplo, como o melhor estádio da Região Norte do país. No
seu terceiro mandato de governador, Amazonino Mendes investiu o equivalente a
vinte milhões de dólares no Vivaldão, modernizando-o com a individualização das
cadeiras. A grama foi importada dos Estados Unidos e ganhou iluminação igual a
dos melhores estádios do mundo, sem falar nos painéis importados da Alemanha, a
peso de ouro, que, aliás, nunca funcionaram.
Quando anunciaram a derrubado do Vivaldão,
o arquiteto Severiano Mário Porto afirmou não ser necessário. E disse: “se
desejam aumentar a sua capacidade, não tem problema, pois ele tem espaço para
acrescer em mais dez ou vinte por cento. Querem colocar cobertura? Também não
tem problema, dá para colocar porque, como seu arquiteto, conheço as suas estruturas.
Mandaram o grande arquiteto às favas e
partiram para a solução “inteligente” de derrubar o grande estádio, para que,
no seu lugar, fosse erguido a Arena da Amazônia ao preço de R$ 600 milhões. Com
é de se esperar, somando os aditivos, possivelmente vai se aproximar do preço
da Ponte sobre o Rio Negro, a mais cara já construída no Planeta. Quem duvida? A
diferença entre a Ponte e o novo Estádio, reside em que no primeiro esqueceram
o projeto de iluminação e, no segundo, o estacionamento. Que lindo!
Tudo indica que essa é a única obra
prometida para a Copa que vai vingar. E quanto ao BRT, sistema de transporte
coletivo igual ao implantado em Curitiba? Tudo indica que tal promessa já foi
para o espaço, assim como a do monotrilho. Ora, passada a Copa, um campeonato
que não ultrapassa um mês, o que vai ficar para o povo de Manaus? Respondo: o
tal do Arenão, um baita elefante branco, nada mais.
De qualquer forma o novo estádio, no
futuro, superlotado, vai ter a honra de sediar o campeonato local, numa disputa
acirrada, uma espécie de Fla-Flu, entre o Penarol de Itacoatiara e o Manicoré
Futebol Clube - sem desmerecer essas equipes e a qualidade da população desses dois grandes municípios, pois refiro-me à quantidade de torcedores que, depois da Copa, deverão comparecer à Arena da Amazônia.
*Advogado;
*Líder
do PSDB na CMM;
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.
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