domingo, 21 de outubro de 2012

“O PARTIDO DA VANESSA FICOU SOB A MINHA PROTEÇÃO”



Texto: Vereador Mário Frota*
O grupo era numeroso e a ele se integravam o Eron, o João Pedro, o Chico Braga, o Omar Aziz, o George Tarso, a Vanessa, a Lúcia Antony. O outrora casal que lutava pelas causas sociais vergou-se à ambição e agora vende a alma ao diabo para chegar ao poder.
O PC do B, que no Amazonas, virou um partido controlado pelo Eduardo Braga, agora rasga de vez a máscara da hipocrisia e se desnuda moralmente perante o povo do Amazonas.
A Vanessa, outrora comunista convicta e atéia, agora ora fervorosamente em templos evangélicos e, no mesmo dia, pode ser vista recebendo a hóstia numa missa católica.
O que pode levar uma pessoa a abrir mão de suas convicções políticas e religiosas como a mesma disposição de quem, por exemplo, muda de camisa? Por que há gente que não resiste ao poder e ao dinheiro dele decorrente?
Ao longo da minha vida política tenho observado muito esse tipo de comportamento nos políticos. A maioria vende a alma ao diabo para chegar ao poder. Depois que assumem, esquecem compromissos e mandam às favas ideologias que assumiram ao longo de suas vidas.
O exemplo mais gritante que conheço envolve o Eron e a Vanessa. Conheço-os há uns 35 anos. Em plena ditadura, em 1978, estava em plena campanha para a minha reeleição para deputado federal, quando fui procurado pelo grupo que integrava o PC do B no Estado, partido colocado na clandestinidade pelo regime autoritário que chegou ao poder em 1964.
Recebi o grupo e este ficou sob a minha proteção dentro do PMDB, partido que tinha o Fábio Lucena na presidência e eu na vice. Em 1982 o grupo estava coeso ao meu lado, lutando contra a opressão militar e pela democracia. Nessa eleição lancei um integrante do grupo, o João Pedro, para deputado estadual. Foi uma luta muito difícil, mas, ao final, saiu-se vitorioso.
Eu os apoiava porque via nesse grupo – muitos deles ainda cursando a Universidade – pessoas comprometidas com a democracia e a liberdade. O grupo era numeroso e a ele se integravam o Eron, o João Pedro, o Chico Braga, o Omar Aziz, o George Tarso, a Vanessa, a Lúcia Antony, e tantos outros, igualmente combativos.
Com o passar do tempo cresceram, adquiriram importância, galgaram cargos administrativos e eletivos e, a partir de então, o grupo começou a se fender, com muitos dos históricos saindo fora, por entender que estavam sendo manipulados para servir aos interesses políticos do casal Eron e Vanessa.
O outrora casal que lutava pelas causas sociais vergou-se à ambição e ficou reduzido ao Eron e à Vanessa, que passaram a reinar sozinhos, abandonando de vez as suas gloriosas bandeiras de lutas assumidas no passado.  Por último, Eron e Vanessa aceitaram servir ao poder, qualquer poder, desde que fossem beneficiados pela estrutura da máquina administrava do Estado. Em outras palavras, deixaram de servir o povo, para servir o poderoso de plantão que ora estivesse governando o Amazonas. Antes defensores de professores e qualquer outra categoria de funcionários, agora aliados dos seus exploradores. Políticos sem boa formação moral e espiritual, dificilmente sobrevivem às tentações do poder e do dinheiro. Eron e Vanessa são exemplos claros dessa triste realidade.    

*Advogado;
*Líder do PSDB na CMM;
*Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.


 


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