Texto:
Vereador Mário Frota*
Ora
em templo evangélico e recebe hóstia na igreja católica. Tivesse a TV Globo
descoberto o talento da Vanessa para a interpretação, é possível que ela fosse
hoje uma boa atriz, melhor do que a política ardilosa e desonesta que abocanhou
um mandato de senadora.
A Vanessa é uma velha praticante do
ateísmo, inspirado no materialismo histórico, teoria em que Karl Marx, o pai do
comunismo, afirmava ser ‘Deus, o ópio do povo’. Para Marx, Deus não existia, ou
seja, não passava de uma invenção do homem, com propósito de justificar os
interesses das classes dominantes sobre milhões de seres humanos explorados
pelos senhores do capitalismo. Agora, no desespero de ganhar a Prefeitura de
Manaus, essa mesma Vanessa pousa de evangélica fervorosa e de católica
tradicional, com direito a véu, igual ao que minha mãe usava na missa que em
que ela me levava quando eu era criança.
No programa político, o tempo todo ela fala
em Deus. Já falou que para governar vai sentar com o Braga, com a Dilma, com o
Omar e o Lula. Só está faltando dizer que também vai sentar com Deus. Bem a
propósito, há alguns anos, convidei o Eron e a Vanessa para almoçarem em minha
casa. Na hora do cafezinho, ela confidenciou-me que o Eron, quando assistia filmes
de terror, passava a noite tendo pesadelos. E aí brinquei: ‘Eron, materialista
tem medo de alma?’ Meio sem jeito, saiu-se com essa: “sabe, Mário, a vida
inteira, desde que nascemos, ouvimos histórias de fantasmas. Ora, isso fica lá
dentro, no nosso subconsciente, ou seja, embora eu não acredite em Deus, não é
fácil a gente se libertar de um passado histórico de alguns milhões de anos”.
Lembro-me de ter dito que, como democrata, respeitava todas as religiões e até
mesmo os ateus, embora não acreditasse na figura do ateu convicto.
O que não aceito é a hipocrisia e a
mentira, a exemplo do que faz agora a Vanessa para ganhar a eleição do dia 28.
Primeiro, inventa a história vergonhosa da farsa do ovo que virou cuspe, depois
passa a interpretar o papel da religiosa hipócrita que um dia está orando
convictamente em um templo evangélico e, no outro, está recebendo a hóstia numa
igreja católica. Esse tipo de gente lembra-me dos fariseus, sinônimos de
pessoas hipócritas, que vez por outra Jesus tachava-os com expressões ásperas,
comparando-os à raça de víboras e a túmulos caiados - branco por fora e podre
por dentro.
Tivesse a TV Globo descoberto o talento da
Vanessa para a interpretação, é possível que ela fosse hoje uma boa atriz, melhor
do que a política ardilosa e desonesta que, com o apoio de agentes políticos
poderosos, terminou abocanhando um mandato de senadora pelo Amazonas. Por outro
lado, a Vanessa, que não tem nenhum escrúpulo político, esqueceu um velho
ensinamento que nos foi passado pelo grande Abrahão Lincoln: “engana-se um povo
por algum tempo, por bastante tempo, mas nunca por todo o tempo”.
*Advogado;
*Líder
do PSDB na CMM
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM
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