sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

COM O FIM DA ZONA FRANCA, MANAUS VOLTA À CONDIÇÃO DE PORTO DE LENHA

Porto de lenha eram lugares remotos no beiradão, onde os navios a vapor se abasteciam de lenha para as suas caldeiras.

Por que os salários pagos a maioria dos trabalhadores do Distrito Industrial da nossa Zona Franca, em especial para a turma que pisa no chão da fábrica, está entre os mais baixos do País? Quem diz isso não sou eu, mas levantamento do próprio Ministério do Trabalho, divulgado pela imprensa nacional.

Só para se ter uma idéia, o salário inicial no Amazonas cresceu somente 24 % em nove anos. Atualmente, o Amazonas está com a 6ª maior média salarial inicial no ano, com R$ 879,77, abaixo de São Paulo, R$ 1.079,61, Rio de Janeiro, R$ 1.050,72, Distrito Federal, R$ 973,21 Santa Catarina, 928,30 e Paraná, R$ 910,13.

A situação anda tão mal por aqui que o Amazonas, em termos de variação da média salarial entre 2003 a 2011, perde até para o Estado de Rondônia. Enquanto aqui, nesse período, o salarial saltou de R$ 709,11 para 879,77, em Rondônia a média dos salários pulou de R$ 528,66, para R$ 871,18, percentual de 64,92, o maior registrado no País.

Depois de ser criada em 1.967, a Zona Franca de Manaus (ZFM) atraiu populações não somente do interior do Estado, mas também de outras unidades da federação, o que ainda continua ocorrendo em grande escalada do Oeste do Pará e do Maranhão. Mais de 40 anos depois, a Zona Franca continua como o único pólo de desenvolvimento do Estado, não havendo previsão de que outro possa surgir no decorrer de pequeno e médio prazos.

Depois da crise que se avizinha com o governo do PT, aprovando Leis no Congresso Nacional que possibilitam a desagregação e futura falência da Zona Franca, o que se pode fazer para impedir o grande desastre que se avizinha? Ora, se no auge do seu crescimento econômico o operariado foi massacrado, como o é até os dias que correm, agora imagine o que vai acontecer com a massa trabalhadora do Distrito, caso o Governo Federal continue cedendo às pressões das grandes empresas do sul e sudeste, desejosas de produzir, em pé de igualdade, os mesmos produtos hoje fabricados na Zona Franca?

Quem já ouviu a expressão ‘porto de lenha’ é bom que se informe do que se trata. Os mais antigos sabem muito bem, ao contrário dos mais novos que não têm idéia do que se trata. Só uma dica: porto de lenha eram lugares remotos no beiradão, onde os navios a vapor se abasteciam de lenha para as suas caldeiras. O Amazonas, depois da queda do modelo econômico amparado na produção de borracha por volta do ano de 1910, foi à falência. Manaus, antes a cidade mais rica do País, virou porto de lenha. Não é difícil entender o que vai acontecer agora caso Manaus perca, como ora vem acontecendo, os benefícios da Zona Franca, a nós concedido pelo Decreto-Lei 288/l967.

Por: vereador Mário Frota

Líder do PSDB na CMM

Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM

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