segunda-feira, 26 de julho de 2010

ESCOLA PÚBLICA CONDENA ESTUDANTE AO SUBDESENVOLVIMENTO


POR QUE O ENSINO PÚBLICO NO AMAZONAS E EM TODO O PAÍS DECAIU TANTO NAS ÚLTIMAS DÉCADAS? NESSA ÚLTIMA AVALIAÇÃO DO ENEM PODE-SE VER O TAMANHO DA TRAGÉDIA. Na avaliação do ENEM, criado em 1998 para avaliar o ensino médio, as piores escolas são as mantidas pelos governos. Das 2.000 consideras as melhores do País, apenas 151 são públicas. Tal fato nos enche de frustração pela razão simples de que pagamos impostos, entre os mais elevados do mundo, na expectativa de que os nossos filhos recebam nos colégios da rede pública ensino de qualidade, capaz de colocá-los em pé de igualdade na disputa que haverão de travar no vestibular por uma vaga na universidade.

Orgulho-me em dizer que venho de uma época em que amigos meus se orgulhavam de estudar no nosso Pedro II, à época considerado o colégio público padrão do Amazonas. Eu estudava no Colégio Dom Bosco, considerado o melhor colégio particular do Estado. A rivalidade era grande entre os dois educandários. Por ocasião do vestibular na Universidade do Amazonas (UA, hoje UFAM), a única universidade no Estado, eram os alunos dos dois colégios que disputavam as melhores notas.

Não era nada fácil dizer qual o melhor, até porque, geralmente, os melhores professores do Amazonas lecionavam nos dois colégios. O colégio estadual tinha nos seus quadros grandes mestres como Fueth Paulo Mourão, Professor Nina, Sebastião Norões, Miguel Barrela, Farias de Carvalho, Hamilton Mourão, Padre Bessa, Mário Ypiranga Monteiro, Manoel Otávio, e tantos outros igualmente ilustres. Basta dizer que o ressurgimento da Universidade do Amazonas, teve por base o copo docente do Colégio Pedro II.

Ora, por que o ensino público no Amazonas decaiu tanto, e hoje, com exceção dos colégios militares (Federal e do Estado), encontra-se anos luz abaixo dos ministrados nos colégios particulares, a exemplo do Lato Sensu, Centro Literatus, Pingo de Gente, Fundação Nokia e La Salle, os melhores na avaliação do ENEM no Amazonas. A propaganda do governo é grande, mas a eficiência é mínima. Quando vamos voltar a apostar no ensino público como o fizeram nossos pais algumas décadas atrás?

Fico imensamente triste quando leio tais estatísticas por entender que nenhum País saiu do chamado terceiro mundo para o mundo desenvolvido que não tenha sido pela porta da educação. Mais de 70 por cento dos premiados com o Nobel na área das ciências são oriundos de universidades americanas. Países como Espanha, Alemanha e Itália, investiram tudo o que tinham na educação das suas crianças. O resultado não se fez esperar.

E no nosso Brasil o que está faltando para a grande arrancada? Respondo: investimento pesado na área da educação e pesquisa. Ou agimos assim, ou estaremos condenados a continuar com passo desencontrado. Rui Barbosa costumava dizer que fora da lei não há salvação. Parafraseando o Águia de Haia digo que ‘sem educação estaremos condenados eternamente a permanecer na penumbra do subdesenvolvimento’.


Por: Vereador Mário Frota

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM

Líder do PDT na CMM

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