Com a palavra, Leonel Feitosa, diretor-presidente do Detran
De qualquer forma, como não sou tão maluco assim, faço daqui um apelo ao meu amigo dirigente maior do Detran-Am, Leonel Feitosa, a considerar o quilômetro zero a partir da rodovia Torquato Tapajós e não mais na Praça Nossa Senhora de Nazaré, na Vila Municipal, como no passado, mas na área da Barreira, em frente ao bairro Santa Etelvina. Não seria mais racional, lógico?
Por: Vereador Mário Frota*
A frase "o Brasil não é um país sério", atribuída ao general francês Charles de Gaulle, vez ou outra volta à cena nacional quando nos deparamos com situações esdrúxulas, como essa que beira o ridículo, a exemplo da obrigatoriedade dos motoristas que dirigem país afora usar luz baixa nas rodovias e em áreas urbanas, em ruas que os “doutores” em segurança no trânsito entendem pertencer à malha rodoviária nacional.
Ao contrário dos países europeus, do Canadá, Estados Unidos e outras nações de climas temperados, sujeitas a cerrações brabas, muitas vezes até mesmo forçando o motorista, por uma questão de segurança, a deixar a pista e esperar o tempo melhorar numa área de acostamento, aqui, no nosso Brasil Tropical, em especial em regiões como o Nordeste e a Amazônia, onde o motorista, além da proteção da película protetora nos vidros do carro, ainda precisa usar óculos escuros para se proteger contra o excesso de luminosidade, tal medida nos soa como um absurdo, digna da frase que teria sido pronunciada pelo ex-presidente da França.
No Sul e Sudeste em certas épocas do ano, em razão de baixas temperaturas, em especial nas zonas das serras, motoristas são obrigados a ligar os faróis por uma questão de segurança. Porém, aqui no nosso Amazonas, estado batizado pela linha do equador (tropical), tem que ser igual? A uniformidade de uma lei dessa natureza em um país imenso, com regiões tão diferentes, a exemplo da Amazônia, que não tem similar no mundo, é acertada? Ao sair hoje à rua, por volta de meio dia, apesar da luminosidade solar, própria da nossa região nessa época escaldante do ano, fui surpreendido com centenas de carros com as luzes acesas. Um amigo que estava comigo no carro fez lá suas observações e, em tom de brincadeira, repreendeu-me: “acende as luzes do carro, Mário, não estás vendo que já anoiteceu"? Ri e respondi: 'desculpa, estou tão desatento que ainda não percebi que já é noite'. Para não parecer diferente liguei a luz baixa.
Monteiro Lobato dizia que nós, brasileiros, temos o mau costume de macaquear os costumes de outros povos. Será que essa decisão do governo federal, que nos obriga a usar a luz dos carros acesa durante o dia, numa cidade onde é impossível ultrapassar 40 quilômetros, tem a ver com a mania de macaquear do qual nos falava o autor do Sítio do Pica Pau Amarelo? Quando jovem, lembro-me que, inspirado nos filmes americanos, encontrava gente desfilando na Avenida Eduardo Ribeiro mascando chiclete e usando blusão de couro. O suor escorria pelo rosto, mas o bacana, apesar do sol quente que só o diabo, não abria mão de usar o blusão igual ao que Marlon Brando botou na moda no clássico O Selvagem, ou no modelo usado pelo Elvis Presley no seu último filme.
De quem foi essa ideia maluca só Deus sabe. O propósito é educativo, ou faturar com multas? De qualquer forma, como não sou tão maluco assim, faço daqui um apelo ao meu amigo dirigente maior do Detran-Am, Leonel Feitosa, a considerar o quilômetro zero a partir da rodovia Torquato Tapajós e não mais na Praça Nossa Senhora de Nazaré, na Vila Municipal, como no passado, mas na área da Barreira, em frente ao bairro Santa Etelvina. Não seria mais racional, lógico? A nossa tradição, em obediência ao Código de Trânsito, é de ligar a luz do carro na hora da chuva, fato que entendo como coerente, normal, até, mas fazer isso em plena luz do dia, sob de um sol abrasador é ridículo, que me perdoem os que pensam o contrário.
*Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.
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