domingo, 19 de abril de 2015

MÃOS À OBRA, GOVERNADOR. A SANTA CASA E O POVO DO AMAZONAS AGRADECEM




O governador José Melo anunciou que estava disposto a investir na Santa Casa


Por: Vereador Mário Frota*
Daqui, faço um apelo ao governador José Melo no sentido de tocar logo com os trabalhos de revitalização da Santa Casa. Urge que nesse primeiro momento o seu prédio seja salvo, levando-se em conta que se trata de um dos sítios arquitetônicos mais importantes de Manaus, 30 anos mais antiga do que o Teatro Amazonas. Quanto mais tempo passar, mais cara vai ficar a sua recuperação e o distanciamento do dia que voltará a funcionar como hospital.
Pobre Santa Casa de Misericórdia que pede misericórdia e ninguém lhe dá ouvidos. Em mais de um século de existência milhares de pessoas tiveram suas vidas salvas.  Pobre ou rico, todos que procuravam os seus serviços eram igualmente atendidos. Com apoio dos servidores do meu gabinete, consegui recolher mais de 50 mil assinaturas de apoio à reabertura desse grande hospital, sabidamente o mais antigo do nosso Estado. Colhendo assinaturas na feira do São José, parei numa banca e perguntei ao seu proprietário se ele desejava assinar a lista solicitando a reabertura da Santa Casa. Olhou-me e abriu a camisa mostrando-me uma enorme cicatriz que descia do estômago até abaixo da cintura, e me disse: “esse hospital salvou a minha vida”. E indagou: “posso assinar 10 vezes”? Esse sentimento de reconhecimento e amor pela Santa Casa ouvi de muita gente, aliás, da maioria dos que assinavam  o documento.
Consegui organizar quatro encontros para discutir a revitalização e reabertura da Santa Casa. Nesse meio tempo ouvimos, no plenário da Câmara Municipal, os administradores de santas casas que apresentam ótimos resultados nos seus Estados de origem, a exemplo das de Porto Alegre, Fortaleza, Belém e de Santos, essa a mais antiga do Brasil, fundada pelos portugueses em 1.553, com propósito de prestar serviços de saúde aos habitantes dos primeiros assentamentos de colonos chegados ao nosso litoral. Resultado: a Santa Casa de Misericórdia de Santos é, ao longo da chamada baixada santista, o segundo maior empregador daquela região, só perdendo mesmo para o porto daquela cidade, considerado o maior da América do Sul.
Nesse meio tempo não consegui a adesão de nenhum político. Estava só na luta. Procurando uma solução fui ao Eduardo Braga e nada consegui. Depois procurei o Omar e, igualmente, nada de concreto saiu da sua boca. Com a chegada das últimas eleições percebi que alguns políticos, que antes nunca haviam dado as caras na luta na defesa da reabertura da Santa Casa, passaram a se movimentar e a falar em salvá-la. De uma hora para outra a Santa Casa encontrou avô e pai ao mesmo tempo. É assim mesmo, nada a estranhar, mero oportunismo. Político em época de eleição faz tudo para aparecer e ganhar alguns votinhos. Vendo a movimentação, procurei o José Melo e o convenci da necessidade de investir na reabilitação da Santa Casa. No primeiro momento falou-me que era mais barato e racional construir um hospital novo. E tinha ele lá suas razões. No entanto, tentei convencê-lo que, o que estava em jogo, era a sobrevivência do hospital mais antigo de Manaus, de grande importância para o povo do Amazonas, em especial para as famílias que tiveram, nas suas dependências, os seus entes queridos retirados dos braços da morte.
Não demorou muito e o governador anunciou que estava disposto a investir na Santa Casa. Quase que, de imediato, mandou cercá-la.  A fim de colaborar, o Arthur Virgílio Neto dispôs funcionários da Guarda Municipal para proteger o prédio da terrível depredação por parte de pilantras que roubaram até as fiações elétricas, sem falar em magotes de drogados que adentravam o prédio para fumar maconha ou consumir craque ou cocaína. Até aí tudo bem. O problema é que o tempo foi passando e, até agora, nada mais foi feito.  Pelas janelas quebras e o telhado em vias de despencar, a água das chuvas compromete o prédio como um todo. Falta pouco para acontecer o primeiro desabamento de parte do seu telhado secular. É uma pena! Tal fato levou o jornal A Crítica, nessa última quinta-feira, a publicar matéria alertando as autoridades para o estado caótico da Santa Casa.  Até a última limpeza que promovi, há coisa de três anos, o seu interior ainda estava livre de infiltrações. Agora a coisa piorou, pois que está chovendo mais dentro do que fora. Quem duvidar que entre para ver. Daqui, faço um apelo ao governador José Melo no sentido de tocar logo com os trabalhos de revitalização da Santa Casa. Urge que nesse primeiro momento o seu prédio seja salvo, levando-se em conta que se trata de um dos sítios arquitetônicos mais importantes de Manaus, 30 anos mais antiga do que o Teatro Amazonas. Quanto mais tempo passar, mais cara vai ficar a sua recuperação e o distanciamento do dia que voltará a funcionar como hospital. Mãos à obra, governador. O povo do Amazonas agradece.

*Advogado;
*Líder do PSDB na CMM;
*Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.

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