Por:
Vereador Mário Frota*
O
Arthur tem razão na sua argumentação pois, passado os jogos da Copa, o que
fazer com esse elefante branco?... Vender
seria a melhor coisa a fazer com essa arena, mas, pessoalmente não acredito,
por entender que malucos milionários estão cada vez mais raros no Planeta.
Está certo o Arthur Virgílio Neto ao opinar
que é a favor da venda da Arena da Amazônia, construída em cima do Vivaldão,
com propósito de sediar os jogos da Copa. Por certo que essa é a melhor
fórmula. O problema é quem vai comprá-la. Em princípio, essa arena nem deveria ter sido construída,
levando-se em conta que já tínhamos o Vivaldão, bastasse, tão somente que,
sobre ele, fosse construído uma cobertura, conforme sugeriu o arquiteto Severiano
Mário Porto, que o projetou no fim da década de 60, do século passado.
Eduardo Braga moveu terras e céus para
convencer os dirigentes da FIFA a escolher Manaus, e não Belém, para sediar a
Copa na região Norte do País. Quando falaram em derrubar o Vivaldão - prêmio de
arquitetura nacional, sem falar que foi o estádio onde a seleção canarinho fez
o seu último jogo antes de partir para a vitória no México, onde se consagrou
tricampeã do mundo - eu e o deputado Luiz Castro, com o propósito de impedir
tal desatino, ingressamos com uma Ação Popular na Justiça
Federal, fato que, até hoje, não sabemos a razão que levou o magistrado federal
a jogar a citada ação na lata do lixo.
Não adiantaram os protestos de parte da
sociedade na tentativa de salvar o nosso glorioso Vivaldão. O seu destino
estava selado. O arquiteto que o projetou, Dr. Severiano Mário Porto, veio a
Manaus e, conforme noticiou à imprensa, prontificou-se a aumentar o número de
cadeiras e construir a cobertura. Tudo em vão. Dias depois máquinas pesadas
começaram a demolição do melhor estádio do Norte do País, para dar lugar à
arena ora inaugurada.
Favas contadas. Não adianta chorar sobre o
leite derramado. Ao final, perdemos um estádio que, segundo a revista Exame, em
pé valia R$ 600 milhões, substituído por outro que nos custou R$ 800 milhões. Que
excelente negócio esse, obviamente que muito bom para empresários e políticos
beneficiados por alguns milhões de reais. Não fosse assim, como explicar a derrubada de
um estádio pronto e, no seu lugar, ser construído outro? A quem interessava tal desperdício com o
dinheiro público?
O Arthur tem razão na sua argumentação
pois, passado os jogos da Copa, o que fazer com
esse elefante branco? Temos futebol para sustentar os gastos de
manutenção, que alguns entendidos falam em R$ 500 mil, mês? Num Estado onde a
saúde e a educação vivem momentos críticos, quantas escolas e hospitais
poderiam ser construídos com essa dinheirama toda? É claro que vender a tal arena seria a melhor
solução. O problema é saber se tem por aí algum doido, desses que acende
charuto com nota de cem reais, que queira comprá-la. Vender seria a melhor
coisa a fazer com essa arena, mas, pessoalmente não acredito, por entender que
malucos milionários estão cada vez mais raros no Planeta.
*Advogado;
*Líder
do PSDB na CMM;
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Fale conosco ou comente esta matéria