sexta-feira, 9 de maio de 2014

TEM ALGUM DOIDO, DESSES QUE ACENDE CHARUTO COM NOTA DE CEM REAIS, QUE QUEIRA COMPRAR A ARENA DA AMAZÔNIA?



Por: Vereador Mário Frota*
O Arthur tem razão na sua argumentação pois, passado os jogos da Copa, o que fazer com  esse elefante branco?... Vender seria a melhor coisa a fazer com essa arena, mas, pessoalmente não acredito, por entender que malucos milionários estão cada vez mais raros no Planeta.
Está certo o Arthur Virgílio Neto ao opinar que é a favor da venda da Arena da Amazônia, construída em cima do Vivaldão, com propósito de sediar os jogos da Copa. Por certo que essa é a melhor fórmula. O problema é quem vai comprá-la.  Em princípio, essa arena nem deveria ter sido construída, levando-se em conta que já tínhamos o Vivaldão, bastasse, tão somente que, sobre ele, fosse construído uma cobertura, conforme sugeriu o arquiteto Severiano Mário Porto, que o projetou no fim da década de 60, do século passado.
Eduardo Braga moveu terras e céus para convencer os dirigentes da FIFA a escolher Manaus, e não Belém, para sediar a Copa na região Norte do País. Quando falaram em derrubar o Vivaldão - prêmio de arquitetura nacional, sem falar que foi o estádio onde a seleção canarinho fez o seu último jogo antes de partir para a vitória no México, onde se consagrou tricampeã do mundo - eu e o deputado Luiz Castro, com o propósito de impedir tal desatino, ingressamos com uma Ação Popular na Justiça Federal, fato que, até hoje, não sabemos a razão que levou o magistrado federal a jogar a citada ação na lata do lixo.
Não adiantaram os protestos de parte da sociedade na tentativa de salvar o nosso glorioso Vivaldão. O seu destino estava selado. O arquiteto que o projetou, Dr. Severiano Mário Porto, veio a Manaus e, conforme noticiou à imprensa, prontificou-se a aumentar o número de cadeiras e construir a cobertura. Tudo em vão. Dias depois máquinas pesadas começaram a demolição do melhor estádio do Norte do País, para dar lugar à arena ora inaugurada.
Favas contadas. Não adianta chorar sobre o leite derramado. Ao final, perdemos um estádio que, segundo a revista Exame, em pé valia R$ 600 milhões, substituído por outro que nos custou R$ 800 milhões. Que excelente negócio esse, obviamente que muito bom para empresários e políticos beneficiados por alguns milhões de reais.  Não fosse assim, como explicar a derrubada de um estádio pronto e, no seu lugar, ser construído outro?  A quem interessava tal desperdício com o dinheiro público? 
O Arthur tem razão na sua argumentação pois, passado os jogos da Copa, o que fazer com  esse elefante branco? Temos futebol para sustentar os gastos de manutenção, que alguns entendidos falam em R$ 500 mil, mês? Num Estado onde a saúde e a educação vivem momentos críticos, quantas escolas e hospitais poderiam ser construídos com essa dinheirama toda?  É claro que vender a tal arena seria a melhor solução. O problema é saber se tem por aí algum doido, desses que acende charuto com nota de cem reais, que queira comprá-la. Vender seria a melhor coisa a fazer com essa arena, mas, pessoalmente não acredito, por entender que malucos milionários estão cada vez mais raros no Planeta.

*Advogado;
*Líder do PSDB na CMM;
*Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.

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