Por:
Vereador Mário Frota*
Como
pode essa senhora ganhar a eleição que se aproxima? Tudo indica que o seu
grande trunfo ainda é o Bolsa Família e o voto comprado nos grotões. De um lado
é isso, mas do outro há a sociedade organizada, os formadores de opinião, representada
por professores, médicos, advogados, engenheiros, operários politizados,
grandes, pequenos e médios empresários, enfim, milhões de brasileiros cansados
do pântano de corrupção em que o PT e os seus tradicionais aliados mergulharam
o nosso Brasil.
Ao longo da minha vida política, e lá já se
vão quase 40 anos, não me lembro, nesses tempos pós aprovação pelo Congresso
Nacional do instituto da reeleição, de
nenhum candidato à presidência da República ter enfrentado eleição tão desgastado
e fragilizado quanto a que aguarda a presidente Dilma.
Fernando Henrique Cardoso, o pai do Plano
Real, depois de uma consagradora administração, enfrentou o segundo mandato
sorridente e confiante. Com ar de vitória
no rosto partiu para o segundo mandato e venceu fácil.
O seu sucessor, Luis Inácio Lula da Silva,
seguiu à risca o projeto do Plano Real de Fernando Cardoso e, embora o mensalão
tenha explodido no seu colo, enlameando-o em parte, por ausência de uma
oposição de resistência aos que afrontam as regras democráticas, saiu-se com
uma história ridícula, de que a criação de uma CPI para apurar denúncia tão
grave desaguaria na cassação de Lula, fato que poderia levar o País à
ingovernabilidade. No fundo, acreditava a oposição que era melhor deixar como
estava, levando-se em conta que o então presidente iria sangrar até a eleição, dia
em que fragorosamente seria derrotado.
Ledo engano. Aproveitando-se da fragilidade
da oposição em não investiga-lo, Lula matreiramente deu a volta por cima,
convenceu os seus comparsas a blindar o seu nome e, ato seguinte, foi à luta e
venceu. E venceu fácil. Tivesse a oposição cumprido o sagrado dever de defender
o País contra a corrupção, Lula teria despencado ali e hoje também poderia
estar preso no Complexo Penitenciário da Papuda.
De qualquer jeito os dois primeiros,
Fernando Henrique e Lula entraram de pé direito na eleição do segundo mandato
e, com certa facilidade, venceram. E quanto à Dilma? Como vai ser? Ao contrário
dos seus antecessores está profundamente desgastada. Nas páginas das redes sociais
as pessoas dizem cobras e lagartos a seu respeito. É peia comendo o tempo todo
e, em nenhum momento, surge alguém para defendê-la. As suas costas estão
sangrando. É de dar pena.
No início, as pessoas acreditavam que ela,
ao contrário do Lula, iria combater a corrupção e os corruptos. No início da
sua administração, sob os aplausos da sociedade, afastou alguns ministros
denunciados por atos de corrupção. No
entanto, logo depois ministros, que saíram do seu governo como corruptos,
indicaram seus sucessores, a exemplo do que fez o ex-ministro do Trabalho,
Carlos Lupi, que, para o seu lugar, nomeou
Manoel Dias, homem da sua estreita
confiança. Uma vergonha!
O empréstimo secreto de quase 2 bilhões de
dólares para a construção do porto de
Mariel, em Cuba, deixou os brasileiros estarrecidos e indignados. Empresta-se tanto dinheiro para a
construção do tal porto para servir a ditadura esclerosada dos irmãos Castro, e
não se investe um centavo nos portos sucateados do País, nas ferrovias tomadas
pela ferrugem e nas rodovias federais esburacadas e afundadas na lama. A
transposição das águas do rio São Francisco para as terras secas do Nordeste,
que tem por meta retirar milhões de brasileiros da fome e da miséria, há anos
as obras estão paralisadas por falta de recursos.
Como pode essa senhora ganhar a eleição que
se aproxima? Tudo indica que o seu grande trunfo ainda é o Bolsa Família e o
voto comprado nos grotões. De um lado é isso, mas do outro há a sociedade
organizada, os formadores de opinião, representada por professores, médicos, advogados,
engenheiros, operários politizados, grandes, pequenos e
médios empresários, enfim, milhões de brasileiros cansados do pântano de corrupção
em que o PT e os seus tradicionais aliados mergulharam o nosso Brasil.
*Advogado;
*Líder
do PSDB na CMM;
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.
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