Para
mim a venda das ações da Cigás é um absurdo. Cheguei a dizer que o negócio
desse tipo era melhor do que fazer contrabando de cocaína, pois o
contrabandista corre o risco de morrer de bala da polícia ou ir para a prisão
A venda das ações da Companhia de Gás do
Amazonas (Cigás) pelo Governo do Estado foi criticada na manhã desta
terça-feira (3) pelo vereador Mário Frota (PSDB). O vereador acredita que o
Estado vai fazer um péssimo negócio vendendo as ações da empresa, uma vez que
ela transformou-se em uma mina de ouro, devido a sua valorização de 23%
anualmente.
A Cigás, de acordo com o vereador, tem sua
composição acionária dividida entre o Governo do Estado do Amazonas e a
Manausgás Ltda., sendo o Estado detentor de 51% das ações ordinárias e 17% das
ações preferenciais, essas que poderão ser negociadas com a empresa que já
detém 83% dessas ações.
Mário Frota afirmou que como deputado
estadual, à época de criação da empresa pelo então governador Amazonino Mendes,
em 1995, ele e o então deputado Eron Bezerra (PCdoB), descobriram que Mendes
queria inicialmente transportar o gás da área petrolífera de Urucu (Coari/AM)
em balsas (barcaças) pelo rio Solimões para Manaus e consorciar-se com uma
empresa americana, que descobriram estar falida. “Denunciamos na época e então
o Amazonino (Mendes) criou a Cigás”, disse ele, para lembrar que hoje o grande
lucro da empresa está associado ao Estado.
“Para mim a venda das ações da Cigás é um
absurdo. Cheguei a dizer que o negócio desse tipo era melhor do que fazer
contrabando de cocaína, pois o contrabandista corre o risco de morrer de bala
da polícia ou ir para a prisão. Com o negócio bilionário da Cigás, o comprador
não risco nenhum em relação à grana, embora o Estado controle a maioria das
ações ordinárias”, disse ele, assegurando que à época a Manausgás pagou R$ 12
milhões pelas ações, que hoje valem R$ 1,272 bilhão. “É uma fortuna. A empresa
cresceu e se avolumou”, garante.
O vereador disse, ainda, que com a
aprovação do Plano Diretor de Manaus pela Câmara Municipal, nenhuma empresa que
se instalar em Manaus vai poder mexer no solo sem observar a Cigás. “Vai ter
que ter o controle da produção e venda de gás. E agora o governador quer vender
os 17% para a empresa?”, questionou.
Mário Frota fez um apelo aos vereadores
para se irmanarem no sentido de não deixar que essa iniciativa ocorra.
“Representamos a população de Manaus e a Cigás se transformou em uma grande
mina. O mercado maior da Cigás é Manaus, que possui 2 milhões de habitantes e
um grande parque industrial. Será um crime contra o Estado do Amazonas”,
argumentou.
Texto:
Dircom/CMM
Foto:
Tiago Corrêa/CMM
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