O marechal Manuel Deodoro da Fonseca destituiu o imperador,
D. Pedro II, e assumiu o poder no país. A proclamação ocorreu na Praça da
Aclamação (atual Praça da República), na cidade do Rio de Janeiro, então
capital do Império do Brasil.
Texto:
Vereador Mário Frota*
15
de Novembro, a data que definiu o país que somos hoje... A tão sonhada democracia
chegou em 1985, com a eleição de Tancredo Neves e, com ela, eleições de
vereador a presidente da República. Hoje, caminhando para o ocaso da vida,
continuo na minha luta por um país que sirva aos nossos filhos.
Ao contrário do Sete de Setembro, dia da
Independência do Brasil, comemorado em todo o país, com desfiles escolares e militares,
o 15 de Novembro, data da Proclamação da República, é pouco lembrado,
comemorada de forma tímida, morna, infelizmente ignorada pela maioria do nosso
povo. A sua popularidade está longe das comemorações regionais, como o Dois de
julho, na Bahia; o Treze de Março, no Piauí; o Vinte de Setembro, no Rio Grande
do Sul; ou o Nove de Julho, em São Paulo.
Muitos desses eventos históricos, que
exaltam vitórias, confrontos ou revoltas locais, são até desconhecidos por
brasileiros que vivem em outros Estados. Todas são datas importantes. Tudo bem.
O que não dá para entender é como essas efemérides localizadas são, nos dias de
hoje, melhor comemoradas do que o 15 de Novembro, a data que definiu o país
que somos hoje.
O Brasil, na época, governado pelo imperador
Pedro II, era uma ilha rodeado de repúblicas por todos os lados. Para melhor
entendimento do ocorrido naqueles tempos, aconselho a leitura de um livro recém
chegado às livrarias, intitulado ‘1889’, assinado pelo historiador Laurentino
Gomes. Escrito em estilo jornalístico, o leitor fica preso à narrativa, do
início ao fim, do livro. Trata-se de uma obra prima do gênero.
Faço aqui três indagações que não querem
calar:
1ª
- A fase do Império foi mais amada pelo nosso povo do que a da República?
2ª
- Os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, do Império, eram mais honestos do que os
administrados pela República?
3ª
- Continuasse
Império, teria o Brasil evoluído no mesmo sentido de monarquias
constitucionais, avançadas política e socialmente, a exemplo da Inglaterra,
Holanda e Bélgica?
Sintetizando tudo: tem orgulho o povo
brasileiro pela República que temos, enodoada por sucessivos escândalos
envolvendo roubo do dinheiro público, a exemplo do mensalão e de outras
roubalheiras não menos cabeludas? No início da minha carreira política, ainda
muito jovem, com menos de 30 anos, na condição de deputado federal pela
oposição, combatendo a ditadura militar, acreditava, piamente, que o Brasil só
seria salvo quando retornasse à democracia, pois, somente por intermédio dela,
poderíamos construir o país sonhado pelos nossos antepassados.
A tão sonhada democracia chegou em 1985, com
a eleição de Tancredo Neves e, com ela, eleições de vereador a presidente da
República. De lá para cá são exatamente 28 anos. Em que mudou o Brasil? Hoje,
caminhando para o ocaso da vida, continuo na minha luta por um país que sirva
aos nossos filhos. Quando exatamente isso vai acontecer? Será que os meus netos
ainda vão continuar na mesma ladainha que ouvia, ainda quando criança, ser o
Brasil o país do futuro? Quando é mesmo que ele vai ser o país do presente, do
agora? Esta é outra pergunta que também
não quer calar.
*Advogado;
*Líder
do PSDB na CMM;
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.
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