quarta-feira, 22 de agosto de 2012

“A MINHA LUTA CONTRA A DITADURA MILITAR - DE INSPIRAÇÃO NAZISTA - NÃO PERMITE NUTRIR ÓDIO OU PRECONCEITO CONTRA QUALQUER RAÇA”


Texto: Vereador Mário Frota*


Professor Mitoso, votei no Isaac Tayah para a presidência da Câmara e abri mão de ser, também, o prefeito de Manaus, em exercício. Agora, será que, nas mesmas circunstâncias, o Tayah teria feito por mim o que fiz por ele? Tem ele grandeza e caráter para tal?
Professor José Ribamar Mitoso, não tenho palavras para expressar os meus agradecimentos pela defesa que fez à minha pessoa no episódio em que o Presidente da Câmara,  Isaac Tayah, tenta desviar as atenções do nosso povo das  críticas que lhe venho fazendo sobre  a  forma autoritária de como administra o Poder, tachando-me de anti semita, porque  chamei-o de ditadorzinho e de hitlerzinho e, a título de pura gozação, no meu blog foi produzida uma  charge dele com o bigodinho ridículo do Hitler.
O que lhe posso dizer, mestre, é que fiquei profundamente emocionado com as lembranças elogiosas à minha luta contra à ditadura militar de  inspiração nazista, que oprimiu  este país de 1964 a  1985, pelo espaço de  intermináveis vinte e um anos.
Quem fez o que eu fiz – e o ilustre professor foi testemunha disso – não pode nutrir qualquer tipo de ódio e preconceito contra essa ou àquela raça. Os homens, independentes de cor, religião, e da ideologia política que professam, são todos iguais e filhos do mesmo Deus.
Fez divulgar que sou anti semita, ou seja, que odeio judeu, sem que, em tempo algum, tenha usado, nos discursos por mim proferidos e nas matérias que publiquei, a palavra judeu. Por impedir que projetos meus, a exemplo do que extingue o auxílio paletó e o que retira os permissionários de feiras e mercados da infame lei aprovada pelo Amazonino, que privatiza todos os espaços públicos de Manaus, incluindo aí até os cemitérios, chamei-o da tribuna de ditadorzinho e de hitlerzinho. Tudo bem, se eu realmente não gostasse de judeu não teria votado nele para a Presidência da Casa, como o fiz, abrindo mão de ser o presidente do Poder para que ele o fosse.
Faltavam exatamente 30 minutos para o início da votação para a Presidência da Casa, quando o Amazonino me telefonou e me garantiu que, caso eu aceitasse o seu apoio, todos os vereadores da sua base na Câmara votariam em mim. Agradeci-lhe e afirmei que no dia anterior havia dado a minha palavra que eu e o meu grupo político, constituído por sete colegas vereadores da oposição, iríamos votar no Tayah.  É bom dizer aqui que esse grupo não estava votando no Isaac Tayah por entender que ele era melhor do que o candidato que tinha as bênçãos do poder Executivo, mas pelo gosto de, assim o fazendo, estaríamos derrotando o próprio Amazonino.   
O Amazonino voltou a insistir e eu lhe disse que a honra de um homem reside na sua palavra. Quem recua da sua palavra, joga por terra a sua honra. Minutos depois subi a tribuna, agradeci o apoio dos vereadores da base governista e repeti o que havia antes dito ao Amazonino sobre a importância de um homem honrar a sua palavra. Tivesse naquele momento aceitado o apoio do Prefeito, meia hora depois seria o presidente da Câmara, o vice-prefeito de Manaus e o prefeito em exercício do Município.
Será, ilustre professor Mitoso que, nas mesmas circunstâncias, o Isaac Tayah, teria feito por mim o que fiz por ele? Tem ele grandeza e caráter para tal? O senhor que conviveu por 12 anos como seu colega de colégio, parece-me a pessoa abalizada  para responder a indagação  que ora lhe faço. 
Mestre, daqui, desse humilde blog, envio-lhe um abraço fraterno.

*Advogado;
*Líder do PSDB na CMM;
*Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.












     

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