Texto:
Vereador Mário Frota*
Professor
Mitoso, votei no Isaac Tayah para a presidência da Câmara e abri mão de ser,
também, o prefeito de Manaus, em exercício. Agora, será que, nas mesmas
circunstâncias, o Tayah teria feito por mim o que fiz por ele? Tem ele grandeza
e caráter para tal?
Professor José Ribamar Mitoso, não tenho
palavras para expressar os meus agradecimentos pela defesa que fez à minha
pessoa no episódio em que o Presidente da Câmara, Isaac Tayah, tenta desviar as atenções do
nosso povo das críticas que lhe venho
fazendo sobre a forma autoritária de como administra o Poder,
tachando-me de anti semita, porque chamei-o de ditadorzinho e de hitlerzinho e, a
título de pura gozação, no meu blog foi produzida uma charge dele com o bigodinho ridículo do
Hitler.
O que lhe posso dizer, mestre, é que fiquei
profundamente emocionado com as lembranças elogiosas à minha luta contra à
ditadura militar de inspiração nazista,
que oprimiu este país de 1964 a 1985, pelo espaço de intermináveis vinte e um anos.
Quem fez o que eu fiz – e o ilustre
professor foi testemunha disso – não pode nutrir qualquer tipo de ódio e
preconceito contra essa ou àquela raça. Os homens, independentes de cor,
religião, e da ideologia política que professam, são todos iguais e filhos do
mesmo Deus.
Fez divulgar que sou anti semita, ou seja,
que odeio judeu, sem que, em tempo algum, tenha usado, nos discursos por mim
proferidos e nas matérias que publiquei, a palavra judeu. Por impedir que
projetos meus, a exemplo do que extingue o auxílio paletó e o que retira os permissionários
de feiras e mercados da infame lei aprovada pelo Amazonino, que privatiza todos
os espaços públicos de Manaus, incluindo aí até os cemitérios, chamei-o da
tribuna de ditadorzinho e de hitlerzinho. Tudo bem, se eu realmente não
gostasse de judeu não teria votado nele para a Presidência da Casa, como o fiz,
abrindo mão de ser o presidente do Poder para que ele o fosse.
Faltavam exatamente 30 minutos para o início
da votação para a Presidência da Casa, quando o Amazonino me telefonou e me garantiu
que, caso eu aceitasse o seu apoio, todos os vereadores da sua base na Câmara
votariam em mim. Agradeci-lhe e afirmei que no dia anterior havia dado a minha
palavra que eu e o meu grupo político, constituído por sete colegas vereadores
da oposição, iríamos votar no Tayah. É
bom dizer aqui que esse grupo não estava votando no Isaac Tayah por entender
que ele era melhor do que o candidato que tinha as bênçãos do poder Executivo,
mas pelo gosto de, assim o fazendo, estaríamos derrotando o próprio Amazonino.
O Amazonino voltou a insistir e eu lhe
disse que a honra de um homem reside na sua palavra. Quem recua da sua palavra,
joga por terra a sua honra. Minutos depois subi a tribuna, agradeci o apoio dos
vereadores da base governista e repeti o que havia antes dito ao Amazonino sobre
a importância de um homem honrar a sua palavra. Tivesse naquele momento
aceitado o apoio do Prefeito, meia hora depois seria o presidente da Câmara, o
vice-prefeito de Manaus e o prefeito em exercício do Município.
Será, ilustre professor Mitoso que, nas
mesmas circunstâncias, o Isaac Tayah, teria feito por mim o que fiz por ele?
Tem ele grandeza e caráter para tal? O senhor que conviveu por 12 anos como seu
colega de colégio, parece-me a pessoa abalizada
para responder a indagação que
ora lhe faço.
Mestre, daqui, desse humilde blog,
envio-lhe um abraço fraterno.
*Advogado;
*Líder
do PSDB na CMM;
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.
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