Drenagem da Manaus Moderna durante a enchente que deixou deserto o centro de Manaus
Texto:
Vereador Mário Frota*
Por
que não deixar circular pela área da Matriz e ruas adjacentes ônibus de menor
porte, a exemplo dos micros do transporte executivo?
O centro histórico agoniza com a retirada
da estação dos ônibus da Praça da Matriz. Centenas de lojas caminham para a
falência e já começam a demitir os seus empregados. Até a Feira da Manaus
Moderna foi violentamente afetada pela falta de compradores. É o caos
instalado.
Toda essa onda de prejuízos tem um
responsável: a administração do prefeito Amazonino Mendes. A ordem de impedir o
trânsito pela área da Matriz e pelas ruas vizinhas, a exemplo da Rua Marquês de
Tamandaré, foi o fato que determinou a quebradeira dos comerciantes do Centro
Histórico.
Com a retirada dos ônibus da área, os
camelôs pularam fora e ninguém deseja se instalar por lá, que o digam os vendedores
de artesanatos, instalados na Praça Tenreiro Aranha, que estão sendo forçados
pela prefeitura a ocupar o lugar. A área está morta, mais parecendo um
cemitério do que o fervilhante centro de outrora.
O que alegou a administração do Prefeito
para retirar a estação de ônibus do largo da Matriz e a consequente proibição
dos mesmos pela área e ruas periféricas? Segundo se sabe, a decisão partiu do
Prefeito, que tomou por base um laudo da Defesa Civil do Município, ao afirmar
que as galerias de esgotos, construídas no passado pelos ingleses, foram
comprometidas pelas duas últimas grandes enchentes, e que, em razão disso,
correm risco de eminente desabamento.
Tudo bem. Onde estão os estudos técnicos
fundamentados em prospecção e assinados por engenheiros civis e geólogos? O que
sabemos é que em 1953 as águas também cobriram a Praça da Matriz, assim como
ocorreu em 2009. Baixada as águas dessas duas grandes enchentes os ônibus e
outros veículos pesados continuaram a transitar naturalmente pela área como se
nada tivesse acontecido.
Por que, só agora, as autoridades
entenderam que as galerias podem estar comprometidas com a presença da última
cheia? O que levou, então, a Defesa Civil, sem estudos mais aprofundados das
citadas galerias, a interditar toda a área por medo do peso dos ônibus
provocarem desabamentos?
Fica aqui uma sugestão: enquanto não é feito
um estudo mais aprofundado do problema, por que não deixar circular pela área
da Matriz e ruas adjacentes ônibus de menor porte, a exemplo dos micros do
transporte executivo? Pode não ser o ideal, mas, em compensação, o prejuízo
para os comerciantes do centro seria bem menor.
*Advogado;
*Líder
do PSDB na CMM;
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM
Foto:
defesacivil.am.gov.br
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