Texto: vereador Mário Frota*
Enquanto os shoppings dão 30 minutos
de tolerância, prazo, aliás, estabelecidos em Lei, aqui o Infraero, que é uma
empresa pública, ri das nossas caras e nos humilha com míseros 10 minutos
Hoje,
ao deixar o meu carro no estacionamento improvisado do Aeroporto Internacional
Eduardo Gomes, fui informado pelo funcionário que tinha direito a 10 minutos de
tolerância. Surpreso, questionei: ‘olha, amigo, até chegar ao prédio do
aeroporto já se foram os 10 minutos’.
Apressei
o passo, entrei na loja Top Internacional, fiz às pressas uma compra e, em
seguida, fui direto ao guichê para ver se ainda me restava algum tempo para
retornar ao carro sem pagar pelo estacionamento. Indagada por mim, a
funcionária disse-me que já havia ultrapassado o tempo em dois minutos e que eu
devia pagar R$ 3,00. Paguei. Fazer o que?
Quero
aqui deixar bem claro que a questão não era o preço cobrado pelo
estacionamento. A minha indignação tinha a ver com o desrespeito do Infraero
com os usuários daquele serviço. Paguei
e saí dali pensando de como as autoridades deste País, seja da área municipal,
estadual ou federal, nos fazem de bestas, ou melhor, nos tratam como se todos
fôssemos um amontoado de idiotas. E, em tom de desabafo, disse à minha mulher
que estava comigo: ‘por incrível que pareça as empresas privadas neste País nos
tratam com mais respeito do que as autoridades sejam lá de que poder for’.
Enquanto
os shoppings da cidade dão às pessoas, que usam os seus estacionamentos, o
tradicional 30 minutos de tolerância, prazo aliás, estabelecidos em Lei, aqui o Infraero, que é uma empresa pública, ri das nossas caras e nos humilha com essa
história de conceder míseros 10 minutos de tolerância sobre um carro estacionado
em um estacionamento improvisado e poeirento.
É o cúmulo do absurdo!
Em
minha infância política, inspirado pela ideologia de esquerda, que deu origem à
ex-União Soviética, entendia que todos os serviços de um país deveriam ser
controlados e exercidos pelo estado, a exemplo da educação, do transporte
coletivo, do saneamento, dos bancos, da
saúde, enfim tudo.
Com a queda do Império Soviético caí na real e
comecei a mudar o meu
pensamento ao perceber que o estado é um mal gestor, resultando os seus
serviços em fracasso, em cabides de empregos, com milhares de cargos ocupados por indicações de chefes
políticos, fonte inesgotável de
escândalos de corrupção da grossa, a exemplo do episódio Cachoeira, que envolve um monte de
políticos atolados até o pescoço em roubalheira.
Esse
Infraero, em passado recente, também já esteve mergulhado em mar de lama.
Comparado a aeroportos de outros países, os daqui, administrados por essa
empresa, estão entre os piores do Planeta. É fato.
*Líder do PSDB na CMM
*Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM
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