Como está armado o circo, nem mesmo vão permitir que o autor da CPI, vereador Waldemir José, integre a comissão. É o que se pode chamar de teatro do absurdo. Essa é uma CPI fadada ao fracasso mais retumbante.
O jornal Diário do Amazonas abre manchete e anuncia (ou denuncia?) que a CPI da Água poderá ser integrada por aliados do Amazonino e do Serafim. E aí vai a minha opinião: caso tal fato ocorra a CPI já era, ou seja, vai direto para o espaço.
Os dois grupos são suspeitíssimos pois, tanto o Amazonino quanto o Serafim têm culpa no cartório. O primeiro por ter vendido a Cosama para uma empresa estrangeira que aqui nunca investiu nada, e o segundo porque, ao invés de dar uma dura nesse pessoal, preferiu, no ato da repactuação, fechar os olhos para o não cumprimento das cláusulas do contrato que obrigavam a empresa a fazer investimentos em esgotos e na expansão da rede de abastecimento de água nos bairros das zonas Leste e Norte da cidade.
O resultado é o que está aí, ou melhor, mais de 500 mil pessoas sem água nas suas casas, uma vergonha para os governantes de uma cidade que tem à sua frente a junção de dois dos maiores rios do mundo em volume d’água, o Negro e o Solimões. Ninguém entende como isso pode acontecer. Esse fato senti na própria pele quando, em reunião, em Barcelona, de prefeitos do Brasil e da Espanha, ao proferir palestra como vice-prefeito de Manaus, no ato representando o então prefeito Serafim Correia, deixei todo mundo de boca aberta quando lhes disse que mais de meio milhão de pessoas da capital do Amazonas ainda não tinham água nos seus lares.
Um dos prefeitos de um município vizinho perguntou-me como poderia ser possível tal fato, levando-se em consideração que, embora a região da Catalúnia, ao contrário da Amazônia, fosse uma região pobre em recursos hídricos, mesma assim, nenhuma cidade da região padecia pela ausência do precioso líquido. Senti-me péssimo. Respirei fundo e respondi-lhe que prefeitos anteriores foram os responsáveis pela tragédia que atingia parte da população de Manaus, mas que soluções estavam a caminho para solucionar o problema. Saí da sala com um sentimento de raiva por ter falado aquilo sem muita convicção. E tinha razão pois, passado cinco anos, a situação não é diferente, porque, até hoje, ainda persistem os mesmos problemas.
Como está armado o circo, nem mesmo vão permitir que o autor da CPI, vereador Waldemir José, integre a comissão. É o que se pode chamar de teatro do absurdo. Essa é uma CPI fadada ao fracasso mais retumbante. Já nasce morta, a exemplo de muitas CPIs deste País que, por falta de isenção, terminaram transformadas em pizzas tamanho família, ou em macarronadas monumentais. Alguém quer apostar? Eu topo.
Por: vereador Mário Frota
Líder do PSDB na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM
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