No seu artigo deste sábado, Paulo excedeu-se e nos apresenta um quadro real sobre os desvios da República, tudo por culpa dos conchavos políticos, em nome de uma falsa governabilidade.
Leio aos sábados, com grande prazer, a coluna do advogado e articulista Paulo Figueiredo, publicada no Jornal Diário do Amazonas. Trata-se de um artigo bem escrito, que prende a atenção do leitor do início a última palavra. Como jornalista, Paulo Figueiredo satisfaz a nossa curiosidade, possivelmente pela sua extensa cultura, somado a informações precisas dos fatos do cotidiano da política local e nacional.
No seu artigo deste sábado, Paulo excedeu-se e nos apresenta um quadro real sobre os desvios da República, tudo por culpa dos conchavos políticos, em nome de uma falsa governabilidade, expressão recém inventada para justificar um amontoado de partidos políticos que buscam apoiar o governo não com propósito de ajudar o País, mas tão-somente na intenção de participar do botim, abocanhar sobras e migalhas que caem da mesa farta de recursos do Palácio do Planalto.
A herança Lula deu no que deu, ou seja, no governo do seu sucessor o tumor veio a furo e, em menos de um ano de administração, a grande imprensa denunciou a orgia de dinheiros públicos em vários setores da administração, fato que culminou, até a presente data, com a demissão de sete ministros. Eis aí o resultado do presidencialismo de coalizão, invenção que subverte e prostitui os princípios da interdependência dos poderes num governo de regime presidencialista, fato que, inexoravelmente, submete de forma vergonhosa o Legislativo ao dono da chave do cofre, o Poder Executivo.
Paulo Figueiredo, em seu brilhante artigo, nos mostra, por exemplo, a forma vergonhosa de como o Senado se submeteu as ordens do Poder Executivo, quando aprovou o nome da juíza Rosa Maria Weber Candiota para compor os quadros do Supremo Tribunal Federal (STF). A indicada da Presidente Dilma confessou, perante a Comissão do Senado, que os seus conhecimentos jurídicos se restringiam à área do Direito do Trabalho, mas se comprometia a estudar os outros ramos da Ciência Jurídica. No afã de agradar o Poder Executivo, o Senado esqueceu o princípio constitucional que exige que o candidato deve ser dono de “notável saber jurídico” e, sem demonstrar qualquer escrúpulo, aprovou o nome da Juíza, amiga da Presidente Dilma para uma das vagas do STF.
É isso aí amigo Paulo Figueiredo. Continue escrevendo como o faz, de forma competente e independente. Este Brasil loteado por políticos inescrupulosos precisa ser depurado, saneado e, um dia quem sabe, passado a limpo. Este País só vai melhorar quando a sociedade sair da letargia em que se encontra e partir para o confronto direto, exigindo, de punhos em riste, que os governantes parem de roubar o dinheiro dos nossos impostos. Ou se faz isso, ou vamos, de tempos em tempos, repetir a frase que Francelino Pereira, o então presidente da Arena, o partido que apoiava a ditadura militar, deixou escapar: “que País é esse?!
Por: vereador Mário Frota
Líder do PSDB na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM
Foto: blogdohiellevy.com.br
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