Essa história de que dois municípios do Amazonas, no caso Parintins e Alvarães, foram considerados pelo IBGE/ONU entre os melhores do mundo para se viver, conforme publicação no Jornal Amazonas em Tempo, não entra bem na minha cachola, aliás, não entra de forma nenhuma.
Como podem dois municípios estar entre os melhores do planeta para se viver, quando nenhum dos dois oferece um único emprego em empresas privadas para os seus habitantes? As pessoas em Parintins e Alvarães ou trabalham como funcionários públicos ou como balconistas, recebendo salários muitas vezes bem abaixo do que os que exercem as mesmas funções em Manaus.
Nessas questões sou como o bíblico São Tomé, ou seja, preciso ver para crer. Essa história de que as populações dessas duas cidades do nosso hinterland chegaram ao paraíso me cheira a uma grande mentira, uma piada de mau gosto. Quantas fábricas oferecem empregos nesses dois municípios? A única indústria em Parintins que eu conheço é a do boi, em verdade uma bela festa realizada no mês de junho, espetáculo que não ultrapassa o tempo de uma semana.
Estranho tal notícia por uma razão muito simples. O último senso do IBGE, concluído recentemente, aponta entre os 50 municípios com maior índice de miséria do país nada menos do que cinco no Amazonas, entre os quais aparece Fonte Boa, o município onde nasceram os irmãos Átila Lins e Belão, considerado o maior camburão de votos desses dois políticos.
Essa história de que Parintins e Alvarães estão entre os 300 melhores municípios do mundo para se viver é a mais pura balela, até parece com os “causos” que falam em botos encantados. Olha aí pessoal, se é tão bom viver nesses dois municípios, o que é que estamos fazendo aqui, em Manaus? Vamos arrumar as malas e deixar essa cidade nervosa, sem empregos, com um trânsito danado de ruim, com destino a esses dois paraísos na terra. Não posso acreditar que um órgão como a ONU se preste a uma palhaçada dessas.
Por: vereador Mário Frota
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM
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