Ontem, em companhia do meu filho Mário Júnior, estive no funeral do jovem Daniel Lindoso. Encontramos o pai de Daniel, o meu amigo Tito Lindoso, professor universitário dos bons, passado de dor. Aliás, a família toda estava envolvida por grande sofrimento, com muitos chorando, inconsoláveis pela perda repentina de um garoto que todos o que o conheciam respeitavam e o amavam.
Quando deixamos a Funerária Almir Neves, o Mário, que foi colega de aula de Daniel, no colégio Marta Falcão, do ensino fundamental ao segundo grau, contou-me alguns momentos que marcaram a amizade deles, entre elas uma viagem que fizeram a Parintins, com propósito de conhecer o festival do boi.
Segundo Mário, os dois, naturalmente com outros colegas, embarcaram rumo a Parintins num barco de linha, com certeza o mais vagaroso do percurso. Viagem em que os barcos comuns fazem entre 15 a 18 horas, a banheira velha beirou as 30 horas.
Mais não terminou aí a pouca sorte. Foram brincar e, só quando saíram da festa é que lembraram que não tinham onde dormir. Os poucos hotéis da cidade estavam lotados, O que então fazer? Depois de perambularem pelas ruas em busca de um teto, que não encontravam, alguém lembrou: “o navio Dona Carlota está no porto. Conversando com o Calil, é possível que ele nos dê abrigo”.
Calil, naquele seu cavalheirismo, próprio do povo árabe, atendeu a meninada, mas foi sincero: “olha turma, o barco está super lotado, gente saindo pela janela, mas se vocês toparem acomodo todo mundo nos camarotes destinados aos trabalhadores de bordo”. Calil mal fechou a boca e a turma foi logo aceitando. Resultado: gostaram tanto que retornaram do passeio no Dona Carlota.
Ouvi a história e brinquei: Pois é Mário, é possível que o bom turco, que também já nos deixou, veja o Daniel entrando no céu e, depois de cumprimentá-lo, vá logo lhe dizendo: “Daniel moro em uma das muitas moradas prometidas por Jesus quando Ele esteve na Terra. Faz favor, vamos entrar, onde cabe dois, cabem três ou quatro”.
Acredito na vida após a morte, na minha opinião a vida verdadeira, por isso tenho certeza que Daniel, quando fez a passagem, foi logo recepcionado principalmente pelo avô Cariolando, pela avó Socorro Lindoso, por outros parentes e amigos que em outros tempos partiram.
Aqui, Daniel, oramos por ti.
Por: Vereador Mário Frota
Lindas palavras vereador.
ResponderExcluirQue ele descanse em paz!