Que vexame. Como se não bastasse ter fugido do plenário, e se escondido no banheiro para não votar contra a Medida Provisória 517, que dá início ao desmonte da Zona Franca, Vanessa Graziottin foi a única da bancada amazonense a se posicionar a favor do sigilo eterno para os chamados documentos ultra secretos, acompanhando, assim, a posição já firmada pelos senadores José Sarney e Fernando Collor. É de dar asco.
É estranho que a Vanessa, que militou nas esquerdas, com o rótulo de comunista, esteja agora em companhia de Sarney e Collor. O partido dela, o PC do B, em plena ditadura, organizou a guerrilha do Araguaia e, lá, teve muitos dos seus integrantes assassinados pela ditadura militar.
Até em respeito aos seus colegas de partidos que, no passado, foram chacinados nas selvas do Araguaia, e tiveram seus corpos enterrados em lugares até hoje não divulgados, deveria a hoje senadora Vanessa demonstrar um mínimo de solidariedade àquelas pessoas que perderam a vida em nome de um ideal que, à época, ela e o seu marido, o Eron Bezerra, acreditavam estar defendendo o Brasil contra a opressão do poder tirânico dominante.
Nada mais patético, posso até dizer ridículo, do que ver pessoas que, até bem pouco tempo se diziam comunistas assumidas, envolvidos com políticos da laia de Sarney, hoje capa de um famoso livro intitulado, “Honoráveis Bandidos”, que conta, com pormenores, a sua trajetória de político marcado pela traição e pela corrupção.
Ao longo da minha vida política conheci comunistas que morreram sem recuar um centímetro da sua ideologia, a exemplo do Luis Carlos Prestes. No entanto, também conheço outros que, no poder, perderam-se completamente e mandaram Marx e sua ideologia às favas. Entre esses últimos posso colocar no mesmo balaio o Amazonino Mendes, a Vanessa e o Eron. Esses três, no passado, comunistas de carteirinha, combatiam a ferro e fogo o capitalismo até, naturalmente, o dia em que conheceram o gosto do poder e de tudo o que ele pode comprar.
Por: Vereador Mário Frota
Líder do PDT na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM
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