Alberto Ramirez: “Os policiais não podem ser obrigados a participar
porque ninguém é obrigado a produzir provas contra si próprio”.
A recusa de policiais do grupo Fera, da Polícia Civil, de não participar da reconstituição do crime do empresário Fernando de Araújo Pontes, o “Ferrugem”, vem aumentar ainda mais as suspeitas de que o jovem empresário foi alvejado de propósito, ou seja, os policiais não entraram na sua casa para fazer a busca e apreensão de objetos que pudessem provar seu envolvimento em crime de pedofilia, mas para matá-lo mesmo, executá-lo à sangue frio, conforme testemunho da sua esposa a que tudo assistiu, sem nada poder fazer.
Por que o medo dos policiais em participar da reconstituição? Há um velho adágio popular que diz que “quem não deve não teme”. No jornal A Crítica, do fim da semana passada, o delegado da Polícia Civil, Alberto Ramirez, afirma que é impossível fazer a reconstituição sem a presença dos policiais. Mais adiante, na mesma reportagem, diz que os policiais foram aconselhados pelos seus advogados a não participar da reconstituição. Ainda, no mesmo texto, o delegado Ramirez afirma que “os policiais não podem ser obrigados a participar porque ninguém é obrigado a produzir provas contra si próprio”.
As palavras do delegado terminam por jogar mais dúvidas sobre um crime que abalou o município de Presidente Figueiredo. Por que essa história de que os policiais não devem participar da reconstituição do crime contra o jovem empresário porque, o fazendo, poderiam se complicar mais, já que estão sendo alvo de pesadas denúncias de que a missão policial tinha por meta matar Fernando Pontes? Ora, se são mesmo inocentes, então porque o medo? As palavras do delegado terminaram por turvar ainda mais as águas.
O que se sabe é que as gravações feitas pelo Ministério Público, presente à desastrada operação, tem como revelar a verdade dos fatos. E aqui vai uma pergunta indiscreta: por que o Ministério Público até a presente data ainda não divulgou o conteúdo dessas gravações? O que se sabe é que a divulgação dessas gravações pode explodir como uma bomba. O povo deseja conhecer a verdade que não quer calar, quer conhecer as gravações. Por sua vez, o Ministério Público, na condição de fiscal da lei, está na obrigação legal e moral de divulgá-las.
Por: Vereador Mário Frota
Líder do PDT na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM
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