segunda-feira, 23 de maio de 2011

SOCORRO, CHAMEM O BANDIDO - CAPÍTULO II

O verdadeiro criminoso, o tio do assassinado,

foi normalmente preso, enquanto o empresário foi executado à

queima roupa. É tudo muito estranho e precisa ser investigado.



A forma estranha como a polícia civil matou o empresário Fernando Araújo, em Presidente Figueiredo, precisa de melhores esclarecimentos à sociedade. O que se sabe é que se tratava de uma simples busca e apreensão com o objetivo de provar que o empresário estava envolvido em crime de pedofilia. O curioso é que não havia sequer ordem de prisão contra o cidadão que foi assassinado à sangue frio, com 14 tiros, no seu quarto de dormir, na presença da esposa e das duas filhas.
A sociedade precisa saber, por exemplo, a razão porque os policiais do Grupo Fera entraram na casa da vítima armados até os dentes e com o rosto coberto por capuz. Ora, se era apenas para recolher provas porque não entraram normalmente na casa para pegar o que era preciso? Um aparato militar, de guerra, para averiguar uma simples denúncia? O pior de tudo é que, pelo que se sabe, não encontraram nenhuma prova no material recolhido. Derramaram o sangue de um jovem pai de família para quê?
Pode ter política no meio desse crime pavoroso. Corre à boca pequena em Presidente Figueiredo, que o crime pode ter motivação política. Em tempo recente, a vítima teria entrado em atrito político com o prefeito. Vejam a coincidência: Jeová, o poderoso chefe da milícia do prefeito, é da Polícia Civil, assim como Enoêmio, hoje o motorista do Prefeito. Não é meu desejo acusar quem quer que seja, mas são muitas as histórias correndo em Presidente Figueiredo que precisam ser investigadas e esclarecidas.
Quanto ao Ministério Público, posso dizer que o Procurador João Bosco Sá Valente é um excelente profissional. Conheço-o há muitos anos. Trata-se de um cidadão acima de qualquer suspeita. O problema é que ninguém é Deus e, por não ser Deus, é possível que tenham propositadamente mentido para o Dr. Bosco Valente, fazendo-o acreditar que o empresário assassinado pela polícia era culpado do crime de pedofilia. E aí vem a armação. O verdadeiro criminoso, o tio do assassinado, foi normalmente preso, enquanto o empresário foi executado à queima roupa. É tudo muito estranho e precisa ser investigado. A prova de que o ilustre procurador foi enganado é que, logo após o trágico episódio, ele tachou o empresário de “bandido”, expressão que não mais usou depois que chegou ao seu conhecimento que nenhuma prova havia sido encontrada nos computadores da vítima ou em qualquer outro documento recolhido.
Sobre esse trágico e vergonhoso episódio, o povo precisa saber a verdade, doa a quem doer.
Por: Vereador Mário Frota
Líder do PDT na CMMN
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM

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