Nas eleições de 1991, Amazonino deixou o Senado, onde permaneceu apenas um ano e meio, para sair candidato a prefeito de Manaus, deixando no seu lugar um tal de Gilberto Miranda, paulista com negócios no Distrito da Suframa, mas que o povo não conhecia, ninguém sabia de que buraco havia saído. Aquilo foi puro estelionato político. O que algumas pessoas comentavam é que Gilberto Miranda, homem muito rico, terminou uma espécie de trem pagador da campanha do Negão.
Gilberto era totalmente desconhecido do público, nem mesmo os políticos o conheciam. Político de três mandatos de deputado federal e, naqueles tempos vereador de Manaus, nunca o tinha visto nem mais magro, nem mais gordo. Amazonino foi responsável pela permanência de Gilberto Miranda no senado por seis anos e meio. Isso é o que se pode chamar de ESTUPRO POLÍTICO.
Quando Amazonino deixou o Senado, o grande jornalista Umberto Calderaro pegou pesado e fez publicar em A Crítica uma frase, aliás, manchete do jornal nos seguintes e carinhosos termos: O NEGÃO QUER MESMO É A CHAVE DO COFRE.
Agora a história volta com a escolha por Eduardo Braga, para seu suplente, de uma outra pessoa estranha ao povo e à classe política, que aqui nunca morou, a não ser quando desce do avião para visitar a Videolar, uma fábrica que possui no Distrito Industrial da Suframa. O que está acontecendo? Eduardo está reeditando o que Amazonino fez há alguns anos atrás? O que todo mundo comenta nas ruas, é que Eduardo vai concorrer às eleições de 2012, porque é seu desejo ser o prefeito da Copa. Ora, caso isso aconteça, quem vai substituí-lo no Senado? A sua esposa, ou esse outro dublê de Gilberto Miranda Batista, um paulista chamado Parisoto, que é o dono da Videolar, que o povo não conhece e os políticos amazonenses não sabem de onde saiu? O Amazonas não merece isso.
Pessoalmente sou contra a figura do suplente de senador. Ao contrário do vice, que existe na história do Brasil desde a fundação da República, por isso é uma instituição republicana. O suplente de senador nunca deveria existir porque pode virar senador sem ter recebido um único voto. Ora, que tipo de legitimidade possui o suplente de senador para falar em nome do povo, levando-se em conta que, pela Constituição pátria o Brasil é uma República de governo representativo?
Até quando o povo brasileiro vai continuar engolindo a figura em nada republicana do suplente de senador? Precisamos de uma reforma política com urgência e, entre as muitas mudanças a fazer, advogo a urgente necessidade da extinção pura e simples dessa figura esdrúxula que é a figura do suplente de senador que, em tese, não é nada diferente do senador biônico criado pelos “gênios” que instalaram a ditadura militar em 1964.
Por: vereador Mário Frota
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM
Líder do PDT na CMM