NINGUÉM É CONTRA AS BLITS DE RUA, MAS É IMPORTANTE QUE SEJAM FEITAS DENTRO DA LEI, POIS, COMO DIZIA RUI BARBOSA: “FORA DA LEI NÃO HÁ SALVAÇÃO”. Quem tem carro ou motocicleta, quantas blitz enfrentam por semana no vaivém de casa para o trabalho e vice-versa? Entendemos, todos, que é bom intimidar os bandidos que se escondem por trás de uma viseira do capacete, ou mesmo dentro de um carro. Ninguém gosta de marginal, é óbvio. O problema é que a coisa começa a sair dos eixos, com muita blitz por aí que, com o pretexto de intimidar bandidos, começa, pelo excesso, a incomodar os cidadãos e cidadãs que dirigem em Manaus.
Reivindicamos todos, que as autoridades responsáveis por essas blitz o façam com responsabilidade e absoluta transparência, para que sejam evitados os chamados crimes de abuso de autoridade, como os que ora vêm acontecendo.
O FIM DE SEMANA DO JARAQUI
Passa a ser coisa comum, dois policiais, armados de dois ou três cones, iniciar uma blitz nas ruas dos bairros de Manaus. Esse processo é acelerado principalmente a partir da sexta-feira, o que leva as pessoas a dizer que tal iniciativa tem a ver com pedido de propina para garantir o jaraqui no fim de semana. Para que tais rumores desapareçam é bom que as autoridades responsáveis comecem a fiscalizar e disciplinar essa questão. Ninguém é contra as blitz, mas elas devem espelhar seriedade, mas tudo tem que ser feito dentro da lei, pois, como dizia Rui Barbosa: “fora da lei não há salvação“. Que tal colocar à frente de toda blitz um tenente ou capitão, um fiscal da Receita Estadual, funcionários do DETRAN, além de outras autoridades necessárias para a realização de uma boa fiscalização?
Por três vezes dirigi nos Estados Unidos e, confesso que nunca vi no trânsito um cidadão ser parado gratuitamente pela polícia. Lá, geralmente, carro só é parado pela polícia, nos seguintes casos: alta velocidade, avanço no sinal de trânsito, transitando em ziguezague, dando a entender que o condutor está bêbado, carro sob suspeição de ter sido usado em assalto ou, ainda, parado em lugar impróprio.Polícia é necessário, mas, para o mundo inteiro vale a máxima: polícia perto demais incomoda e longe faz falta. Portanto, a presença da polícia deve ser bem dosada para que os cidadãos não se sintam sufocados, pior, ameaçados.
DENTRO DESSE PROCESSO, AS MAIORES VÍTIMAS SÃO OS MOTOCICLISTAS
Infelizmente todo motociclista, para a polícia, traz na testa o sinal de que é um possível bandido. Ora, consta que em Manaus existem aproximadamente 360 mil motocicletas. Milhares de pais de família usam a motocicleta para chegar ao trabalho, assim como centenas de rapazes colocam suas vidas em perigo no serviço de entrega em domicilio, sem falar que, agora, surge, por força de lei aprovada no Congresso Nacional, a profissão de mototaxista que, constituída por milhares de trabalhadores, ganham o pão de cada dia transportando passageiros para os lugares mais distantes da periferia.
Tenho passando pela rua e observado a forma como os motociclistas, de uma forma geral, são abordados pela polícia. Muitas vezes são eles obrigados a permanecer de mãos levantadas contra uma parede. Caso alguns deles reajam, por se sentir ofendido nos seus direitos, é algemado por desacato à autoridade e, em seguida, vai curtir uma cadeia na delegacia mais próxima. Como fica a dignidade dessas pessoas humilhadas? E a cidadania delas? A quem recorrer? Ao Papa, à rainha da Inglaterra?
TOLERÂNCIA ZERO COM OS BANDIDOS
Em minha opinião, a estratégia para acabar com o banditismo deve ocorrer com a presença ostensiva na rua de policiais armados, a chamada tolerância zero, que teve início em Nova Iorque na administração do prefeito Rudolph Giuliani. O que deve ser mesmo feito, se é que o Governo quer mesmo acabar com a insegurança que existe nas ruas de Manaus, é colocar policiais nas ruas, nos terminais de ônibus, enfim onde existe ajuntamento de pessoas. Deve, também, acelerar a presença de policiais em motocicletas e carros com sirenas percorrendo as ruas. Se isso for feito, com certeza que a marginalidade será reduzida, a exemplo do que aconteceu em Nova Iorque que, de cidade extremamente violenta no passado, hoje já é considerada entre as mais seguras dos Estados Unidos.
Por: Vereador Mário Frota
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM
Líder do PDT na CMM
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