terça-feira, 31 de agosto de 2010

BLITZ ILEGAIS SÓ SERVE PARA EXTORQUIR MOTOCICLISTAS



MENSAGEM A TODOS OS MOTOCICLISTAS DE MANAUS, HOJE TRATADOS COMO BANDIDOS PELAS BLITZ DA POLÍCIA MILITAR. Na condição de vereador de Manaus e Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, por não aceitar qualquer tipo de abuso e violência contra os direitos dos cidadãos e cidadãs, tenho, da Tribuna, denunciado sistematicamente as blitz ilegais sob o controle da Polícia Militar, que diariamente podem ser vistas nas ruas da cidade, sem a presença de um tenente ou capitão, além de outras autoridades, como funcionários do Detran e da Receita Estadual.

Todas as pessoas que têm algum tipo de veículo sofrem arbitrariedades por parte dessas blitz ilegais. No entanto, as principais vítimas são os motociclistas, tratados como se, por trás de cada viseira de capacete, existisse um marginal. Toda essa violência ocorre porque bandidos têm usado motocicletas para cometer crimes. Os criminosos usam motocicletas, como também, poderiam usar qualquer outro veículo. Aí sim, devem esses criminosos ser perseguidos, presos e mandados para uma penitenciária. É esse o trabalho da polícia.

O que não se pode é, em razão disso, imaginar que todo motociclista é um possível marginal disposto a matar e roubar. Essa generalização é inaceitável porque, além de injusta, gera discriminação. Pessoalmente, tenho visto motociclistas em posições constrangedoras, de frente para a parede, com as pernas afastadas e com as mãos levantadas. Pessoas amigas me disseram já ter presenciado motociclistas obrigados a deitar nas calçadas, com o rosto para o chão. Verdadeira afronta aos direitos humanos, pessoas que não cometeram nenhum delito, serem tratadas como se fossem criminosos perigosos.

Só um exemplo: Dois policiais, a partir de quinta-feira, com objetivo de faturar no fim de semana, colocam dois ou três cones e passam a extorquir de quem passa. Eles param qualquer um que esteja motorizado, é verdade, mas as suas principais vítimas são os motociclistas. É um absurdo que as autoridades fechem os olhos e vão deixando passar esse tipo de afronta à cidadania como se fosse a coisa mais natural do mundo. O pior é se o motorista reage. Daí eles podem, por vingança, plantar droga no veículo. A partir de então a coisa fica preta para o coitado que reagiu à humilhação. De imediato os policiais o algemam sob alegação de desacato à autoridade e porte de droga e o levam para a Delegacia mais próxima, onde será autuado em fragrante e mandado como traficante para uma das penitenciárias do Estado.

Consta que em Manaus existam 350 mil motos. Os seus proprietários são comerciários, industriários, estudantes, entregadores de encomendas em domicílio, mototaxistas que ralam o dia todo para sustentar os seus familiares, enfim, pessoas de toda a sociedade. Por que, então, a polícia trata o proprietário de motocicleta como se todos fossem marginais? Não é justo que pessoas que usam motocicletas para o exercício diário do seu trabalho terminem sendo tratadas como reles criminosos. É de justiça dizer que nem todos os policiais agem com truculência, pois existem, na Polícia Militar, homens e mulheres que são merecedores do respeito da sociedade, pela elegância e consideração com que tratam as pessoas. O problema é que, nos últimos tempos, as blitz têm saído dos eixos e, em razão disso, perdem todos: o povo que se sente desprotegido e vítima da própria Polícia, e a instituição que perde o respeito daqueles que, com o suor do rosto, pagam os salários dos seus funcionários.

No último dia 17 de agosto apresentei um requerimento, em forma de indicação, por intermédio da mesa diretora da Câmara Municipal de Manaus (CMM), oficializando convite ao Secretário de Segurança Pública do Estado, Geraldo André Scarpellini Vieira; ao Comandante Geral da Polícia Militar do Estado, Cel. Dan Câmara e à Diretora do Detran do Amazonas, Mônica Melo, para explicar à nossa população, da tribuna deste Poder Legislativo, quais são os critérios utilizados para a realização dessas blitz irregulares nas ruas da cidade de Manaus.

Por: vereador Mário Frota.

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM

Líder do PDT na CMM




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