Euler Ribeiro, Mário Frota e Vereador doutor Ewerton Wanderley,
durante o I Seminário de Fitoterapia do Amazonas
Mário
Frota: “Precisamos explorar a nossa biodiversidade. É preciso desenvolver aqui,
um centro de estudos que incentive as pesquisas para a manipulação de
medicamentos alternativos, à base de plantas medicinais”.
A possibilidade de criação de um hospital
de medicina alternativa em Manaus, dotado de horto medicinal e farmácia para
preparo da matéria-prima e manipulação de medicamentos fitoterápicos e
homeopáticos, a exemplo do Estado de Goiás (GO), foi discutida por
pesquisadores e representantes de órgãos ligados à Saúde, no 1º Seminário de
Fitoterapia do Amazonas, realizado na manhã desta quinta-feira (6), no plenário
Adriano Jorge da Câmara Municipal de Manaus (CMM).
Na audiência, de autoria do vereador Mário
Frota (PSDB), também estiveram presentes o presidente da Comissão de Saúde da
CMM, vereador Dr. Ewerton Wanderley (PSDB) e da vereadora Pastora Luciana (PP),
da coordenadora de Ensino e Pesquisa do Hospital de Medicina Alternativa de
Goiânia, a farmacêutica, Mara Rúbia Ferreira e do diretor da Universidade
Aberta da Terceira Idade, o médico Euler Ribeiro.
Mário Frota analisa que a ideia de um local
próprio para o atendimento alternativo seria um grande passo, não somente para
a economia do Amazonas, visto que a Zona Franca de Manaus (ZFM) ainda é a única
maior economia do Estado, mas um importante polo de exploração e fabricação de
remédios fitoterápicos. “Precisamos explorar a nossa biodiversidade. É preciso
desenvolver aqui, um centro de estudos que incentive as pesquisas para a
manipulação de medicamentos alternativos, à base de plantas medicinais”, disse
o parlamentar.
Mara Rúbia Ferreira, que apresentou a
experiência bem-sucedida do hospital alternativo em Goiânia, destacou que a
construção do hospital no Amazonas é importante, porém seria um processo longo,
pois teria que envolver todos os profissionais da área da Saúde, além do
interesse dos governantes em incentivar a medicina alternativa, visto que é uma
política desde 2006 do Ministério da Saúde. “A formação profissional seria o
primeiro ponto para o atendimento ambulatorial dentro dos hospitais ou postos
de saúde, para o acesso da população. A criação do Hospital de Medicina
Alternativa de Goiânia foi uma medida que há mais de 25 anos deu certo em Goiás.
A população cada vez mais procura o tratamento natural de forma integral”,
ressaltou Mara Rúbia.
Para o especialista em plantas medicinais
da Universidade Federal do Amazonas professor (Ufam), professor Moacyr Biondo,
a importância de criação do hospital alternativo ou complementar, como prefere
chamar, é oferecer a toda a população a possibilidade de cura para todas as
doenças, mas é preciso valorizar mais o conhecimento tradicional,
principalmente dentro das universidades. “A nossa proposta de introduzir o tema
medicina complementar aos alunos de medicina, mas é preciso uma disciplina
específica para capacitar, porque hoje a fitoterapia já é reconhecida pelo
governo federal. Os médicos já podem prescrever alguns medicamentos à base de
plantas medicinais como chás ou fitoterápicos”, observou o professor.
O pesquisador e doutor em Botânica do
Instituto Nacional de Pesquisas do Amazonas (Inpa), Juan Revilla, ressaltou que
a união de forças do Município e Estado para construir um local específico para
o atendimento à saúde alternativo,seria um beneficio considerável,
principalmente às pessoas de baixa renda, porque ao mesmo tempo seriam
disponibilizados médicos e medicamentos para o devido tratamento. “É preciso
ter um ponto de referência para esse tipo de atendimento, assim a população
teria a segurança de contar com profissionais habilitados”, completou Juan
Revilla.
Longevidade
e qualidade de vida
O médico Euler Ribeiro, durante a palestra
‘Dieta Amazônica’, apresentada na discussão, destacou, entre as várias
pesquisas feitas, o estudo realizado no município de Maués (a 268 quilômetros
de Manaus), no qual comprovou a longevidade daquela população. Na pesquisa, que
abordou viés para a longevidade e amplitude da qualidade de vida, foram
analisados a genética, a fuga do estresse e a boa alimentação. “Isso é uma
demonstração de como a biodiversidade beneficia a saúde do homem. Por isso,
acredito que precisamos reforçar a ideia de um local específico no Amazonas
para o tratamento alternativo a base de plantas”, disse Euler Ribeiro.
Texto:
Valdete Araújo – DIRCOM/CMM
Foto:
Tiago Corrêa - DIRCOM/CMM
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