Eduardo Cunha autoriza a instalação de CPIs
Por:
Vereador Mário Frota*
...afirmam
que Cunha quer vingança porque o Palácio do Planalto o delatou como um dos
beneficiários do petrolão. No entanto, a tendência do culpado é silenciar sobre
o fato, até passar a tempestade. Não foi esse o comportamento do Presidente da
Câmara. Não se acovardou, partiu para o ataque... Ora identifico-me com Cunha porque,
quando deputado estadual, denunciei à imprensa nacional a mansão que o
Amazonino mandou construir no Tarumã. Quem
não deve não teme!
Eduardo Cunha fez o que mais de 90% do
nosso povo gostaria de fazer, ou seja, escancarar as portas do inferno para a
Dilma, o Lula e os comparsas em crimes cometidos contra o erário público. Com a
abertura das CPIs para abrir a caixa preta do BNDS e dos Fundos de Pensão - a
exemplo dos Correios e Telégrafos (Postalis), da Fundação dos Economiários
Federais (Funcef), da Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), da
Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), da Câmara dos
Deputados e do Instituto de Seguridade Social - tem início a descida dos
ptralhas nas escadarias do inferno. Finalmente alguém apareceu e teve a devida
coragem de enfrentar os responsáveis pelo processo de corrupção que atolou o
Brasil no pântano de águas pútridas que aí está, espetáculo jamais visto em
toda a história deste País.
O que não consegui entender é que até
deputados e senadores da oposição criticaram a atitude corajosa e desassombrada
do presidente da Câmara Federal. Esse fato lembra-me o recuo do PSDB, abrindo
mão da instalação de uma CPI com objetivo de investigar o mensalão, escândalo
que todos sabiam que o então presidente Lula estava envolvido
até os cabelos. A desculpa das lideranças maiores do PSDB era que a tal
investigação “criaria graves dificuldades para a governabilidade”. Outra
besteira: “que era melhor deixar como está porque Lula iria sangrar até a
próxima eleição”. Resultado: Lula passou a perna em todos eles e se reelegeu
folgado para um segundo mandato e, por tabela, ainda elegeu Dilma.
Hoje, começo a ver a mesma coisa, sem botar
nem por, em muitos líderes da chamada oposição. Segundo eles, Eduardo Cunha
está empurrando o País, que enfrenta uma grave crise econômica, para o fundo do
abismo. Alegam que ele deveria tomar mais cuidado, pois que tal fato, ou seja,
autorizar a instalação das CPI acima citadas poderá acelerar ainda mais a
situação de crise por que passa o Brasil. Esse tipo de preocupação ajuda mesmo
o nosso Brasil, assolado por escândalos jamais vistos no mundo, a exemplo do
que atinge uma empresa pública, no caso a Petrobras? Será que o ideal, o
correto, é deixar como está, ou seja, o País continuar afundando nas mãos de
uma quadrilha que saqueou sem pena e dó os cofres da nação brasileira?
Outros, afirmam que Cunha quer vingança
porque o Palácio do Planalto está por trás da pessoa que o delatou como um dos
beneficiários do petrolão. Isso parece evidente. No entanto, a tendência do
culpado é se encolher, silenciar sobre o fato, fazer que não é com ele até
passar a tempestade. Não foi esse o comportamento do Presidente da Câmara. Não
se acovardou, partiu para o ataque e não mediu palavras ao atacar os seus
adversários, fato que identifico como a ‘ira do injustiçado’.
Ora identifico-me com Cunha porque, quando
deputado estadual, denunciei à imprensa nacional a mansão que o Amazonino, na
época governador, mandou construir no Igarapé do Tarumã, ao preço de mais de U$
2 milhões. Foi grande a repercussão nacional, merecendo matéria inclusive no
programa Fantástico, da TV Globo. Em represália, Amazonino pagou um individuo que
imitava a minha voz e mandou fazer uma gravação envolvendo-me num escândalo. A
falsa gravação foi veiculada pela Revista IstoÉ e repercutiu por todo o País. Senti-me injuriado. Não fiquei calado. Fui à
luta e, ao final de um mês, felizmente a Polícia Federal (PF) e o Ministério
Público Federal (MPF) descobriram a farsa e fui inocentado. Quem não deve não
teme! Eis a questão.
*Advogado;
*Líder
do PSDB na CMM;
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.
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