sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

JOSÉ MELO QUER AMAZONAS EXPORTANDO ÁGUA PARA O NORDESTE





Governador José Melo sugere exportar água do rio Amazonas para o nordeste


Por: Vereador Mário Frota*

Se tal fato pode ser transformado em dividendos, o Pará, em razão da proximidade do Sudeste ou do Nordeste do País tem, pela sua proximidade dessas regiões, somado a isso a ligação já existente por rodovias federais, obviamente que já teria tomado a dianteira... O que entendo é que as várzeas dos nossos rios tem capacidade para produzir alimentos para abastecer o mercado local e até mesmo para outras nações.


É do meu entendimento que toda ideia, a exemplo da que ora foi exposta pelo governador José Melo, da possibilidade do Amazonas exportar água por meio de uma gigantesca tubulação para os estados que têm necessidade desse precioso líquido, merece ser discutida em termos elevados e respeitosos como estabelece a regra democrática.
Ao longo do tempo que tenho de política venho defendendo, pela tribuna ou através de órgãos da imprensa, a necessidade de encontrarmos modelos alternativos para a economia do nosso Estado, hoje, depois de 47 anos, basicamente ainda atrelada ao modelo da Zona Franca de Manaus (ZFM), presente que nos foi dado em 1967 pelo então general-presidente Humberto de Alencar Castelo Branco.
Não é que discorde da proposta do governador José Melo sobre ganharmos dinheiro exportando a nossa água, riqueza que temos em exuberância, para outros Estados da Federação. O que acho é que, se tal fato pode ser transformado em dividendos, o Pará, em razão da proximidade do Sudeste ou do Nordeste do País tem, pela sua proximidade dessas regiões, somado a isso a ligação já existente por rodovias federais, obviamente que já teria tomado a dianteira. Não podemos esquecer que o nosso vizinho é banhado por grandes afluentes, a exemplo do Tapajós, Trombetas e outros, sem falar que o grande Amazonas atravessa o seu território e desagua no Atlântico, logo depois de Belém.
Acredito que, nesse momento de crise nacional, provocado principalmente pela corrupção que agride o País, nesses 12 anos de administração petista, é importante que coloquemos as barbas de molho e busquemos alternativas para a economia do nosso Amazonas. Além do desenvolvimento do turismo, setor ainda com pouca visibilidade, apesar do seu grande potencial, levando-se em conta que a Amazônia é uma região sem similar no planeta, há a possibilidade da exploração comercial das várzeas da região, em especial da dos rios de água branca, mais ricas em sedimentação, a exemplo do Solimões, Madeira, Juruá Purus, entre muitos.
Para se ter uma ideia do potencial das nossas várzeas, basta olhar o que produz hoje o Rio Nilo, responsável pela sobrevivência de mais de 200 milhões de árabes. A diferença entre as várzeas do Nilo e as do Amazonas e seus afluentes, é que as daqui, em extensão, são centenas ou milhares de vezes maiores. Infelizmente, até hoje, os nossos governantes, seja na esfera municipal, estadual ou federal, ainda não demonstraram qualquer preocupação com o desenvolvimento econômico das áreas de várzeas. Será que não é hora dos administradores dessas três esferas pensar em fazer o que, há alguns milênios, os egípcios vêm fazendo nas várzeas do Nilo, o seu maior patrimônio?
O que entendo é que as várzeas dos nossos rios tem capacidade para produzir alimentos para abastecer o mercado local, exportar os excedentes para o resto do País e, quem sabe, até mesmo para outras nações.

*Advogado;
*Líder do PSDB na CMM;
*Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.





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