Governador José Melo sugere exportar água do rio
Amazonas para o nordeste
Por:
Vereador Mário Frota*
Se
tal fato pode ser transformado em dividendos, o Pará, em razão da proximidade
do Sudeste ou do Nordeste do País tem, pela sua proximidade dessas regiões, somado
a isso a ligação já existente por rodovias federais, obviamente que já teria
tomado a dianteira... O que entendo é que as várzeas dos nossos rios tem
capacidade para produzir alimentos para abastecer o mercado local e até mesmo
para outras nações.
É do meu entendimento que toda ideia, a
exemplo da que ora foi exposta pelo governador José Melo, da possibilidade do
Amazonas exportar água por meio de uma gigantesca tubulação para os estados que
têm necessidade desse precioso líquido, merece ser discutida em termos elevados
e respeitosos como estabelece a regra democrática.
Ao longo do tempo que tenho de política
venho defendendo, pela tribuna ou através de órgãos da imprensa, a necessidade
de encontrarmos modelos alternativos para a economia do nosso Estado, hoje,
depois de 47 anos, basicamente ainda atrelada ao modelo da Zona Franca de
Manaus (ZFM), presente que nos foi dado em 1967 pelo então general-presidente
Humberto de Alencar Castelo Branco.
Não é que discorde da proposta do
governador José Melo sobre ganharmos dinheiro exportando
a nossa água, riqueza que temos em exuberância, para outros Estados da
Federação. O que acho é que, se tal fato pode ser transformado em dividendos, o
Pará, em razão da proximidade do Sudeste ou do Nordeste do País tem, pela sua proximidade
dessas regiões, somado a isso a ligação já existente por rodovias federais, obviamente
que já teria tomado a dianteira. Não podemos esquecer que o nosso vizinho é
banhado por grandes afluentes, a exemplo do Tapajós, Trombetas e outros, sem
falar que o grande Amazonas atravessa o seu território e desagua no Atlântico,
logo depois de Belém.
Acredito que, nesse momento de crise
nacional, provocado principalmente pela corrupção que agride o País, nesses 12
anos de administração petista, é importante que coloquemos as barbas de molho e
busquemos alternativas para a economia do nosso Amazonas. Além do
desenvolvimento do turismo, setor ainda com pouca visibilidade, apesar do seu
grande potencial, levando-se em conta que a Amazônia é uma região sem similar
no planeta, há a possibilidade da exploração comercial das várzeas da região,
em especial da dos rios de água branca, mais ricas em sedimentação, a exemplo
do Solimões, Madeira, Juruá Purus, entre muitos.
Para se ter uma ideia do potencial das nossas
várzeas, basta olhar o que produz hoje o Rio Nilo, responsável pela
sobrevivência de mais de 200 milhões de árabes. A diferença entre as várzeas do
Nilo e as do Amazonas e seus afluentes, é que as daqui, em extensão, são centenas
ou milhares de vezes maiores. Infelizmente, até hoje, os nossos governantes,
seja na esfera municipal, estadual ou federal, ainda não demonstraram qualquer
preocupação com o desenvolvimento econômico das áreas de várzeas. Será que não
é hora dos administradores dessas três esferas pensar em fazer o que, há alguns
milênios, os egípcios vêm fazendo nas várzeas do Nilo, o seu maior patrimônio?
O que entendo é que as várzeas dos nossos
rios tem capacidade para produzir alimentos para abastecer o mercado local, exportar
os excedentes para o resto do País e, quem sabe, até mesmo para outras nações.
*Advogado;
*Líder
do PSDB na CMM;
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.
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