E agora Felipão?
Por:
Vereador Mário Frota*
Fiquei
em casa com a família, possuído de grande tristeza. Meu pensamento foi para
longe e, como se tivesse assistindo a um filme, via nitidamente as imagens
produzidas pela Globo... de que a
seleção brasileira era invencível e estava predestinada a ganhar pela sexta
vez a taça Jules Rimet.
Diante da vergonhosa derrota sofrida pela
seleção brasileira de futebol, sob o comando de Felipão, algo que mexeu com os
brios e o coração de milhões de brasileiros, profundamente decepcionados com o
resultado do jogo em que a nossa equipe leva uma surra história de 7 a 1 para a
Alemanha, frente às lágrimas do meu filho de 11 anos, que chorava e gritava que
tudo estava perdido, diante de tanta decepção e imenso sofrimento, veio-me à
cabeça os versos imorredouros do poema José, do poeta Carlos Drumond de
Andrade. Abraçado com o Marquinho, tentando consolá-lo, abrandar a sua dor, deixei-me levar pelo balanço dos primeiros e últimos versos
do citado poema do meu poeta de cabeceira, que me consola e, em horas escuras,
apazigua o meu espírito.
E agora, José? /A festa acabou, / a luz apagou,
/ o povo sumiu.
Sozinho no escuro, / qual bicho-do-mato, / sem teogonia, / sem parede
nua, / sem cavalo preto / que fuja do galope, / você marcha, José! / José, para
onde?
Fiquei em casa com a família, possuído de
grande tristeza. Meu pensamento foi para longe e, como se tivesse assistindo a
um filme, via nitidamente as imagens produzidas pela Globo e outros veículos de
comunicação que, para ajudar a presidenta
Dilma e a Fifa a justificar os gastos
faraônicos com as arenas e o
superfaturamento que envolviam as mesmas, enchiam as cabeças das pessoas com promessas para lá de otimistas, a exemplo do que essa ia ser a Copa
das Copas... de que a seleção brasileira
era invencível e estava predestinada a ganhar pela sexta
vez a taça Jules Rimet.
Muita gente, na sua santa ingenuidade,
acreditou na propaganda massificada, empurrada cabeça abaixo de 190 milhões de
brasileiros. Para esse tipo de mídia chapa branca, alimentada com dinheiro do estado
brasileiro, o povo é que se exploda, pois o importante é faturar. Mais
importante do que investir em estádios faraônicos, utilizando-se de somas
bilionárias dos cofres do estado brasileiro, recursos esses que todos sabemos superfaturados,
seria construir escolas decentes para os nossos filhos, hospitais de excelência
para o atendimento público, assim como investir na segurança da sociedade, ou
melhor, em três setores falidos, absolutamente abandonados pelos governantes
deste País.
Há dentro do meu peito e de milhares de
milhões de brasileiros, uma pergunta que não quer calar, ou seja, ao final
dessa orgia com os recursos provenientes dos impostos pagos com o suor do rosto
do nosso povo, qual o futuro da maioria dessas arenas que, passados os jogos da
Copa, inexoravelmente estarão condenadas a elefantes brancos? O que os governos dos Estados pretendem fazer
com elas? Mantê-las com custos a preço de ouro, ou vende-las? Vendê-las? Mas
qual o empresário que vai querer comprar isso, a não ser que apareça por estas
bandas um doido, desses malucos que acendem charutos com notas de 100 dólares?
*Advogado;
*Líder
do PSDB na CMM;
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.
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