quinta-feira, 10 de julho de 2014

E AGORA, JOSÉ?




E agora Felipão?


Por: Vereador Mário Frota*
Fiquei em casa com a família, possuído de grande tristeza. Meu pensamento foi para longe e, como se tivesse assistindo a um filme, via nitidamente as imagens produzidas pela Globo... de  que a seleção brasileira era  invencível e  estava predestinada a ganhar pela sexta vez  a taça Jules Rimet.
Diante da vergonhosa derrota sofrida pela seleção brasileira de futebol, sob o comando de Felipão, algo que mexeu com os brios e o coração de milhões de brasileiros, profundamente decepcionados com o resultado do jogo em que a nossa equipe leva uma surra história de 7 a 1 para a Alemanha, frente às lágrimas do meu filho de 11 anos, que chorava e gritava que tudo estava perdido, diante de tanta decepção e imenso sofrimento, veio-me à cabeça os versos imorredouros do poema José, do poeta Carlos Drumond de Andrade. Abraçado com o Marquinho, tentando consolá-lo, abrandar a sua dor, deixei-me levar pelo balanço dos primeiros e últimos versos do citado poema do meu poeta de cabeceira, que me consola e, em horas escuras, apazigua o meu espírito.

E agora, José? /A festa acabou, / a luz apagou,
/ o povo sumiu.
Sozinho no escuro, / qual  bicho-do-mato, / sem teogonia, / sem parede nua, / sem cavalo preto / que fuja do galope, / você marcha, José! / José, para onde?

Fiquei em casa com a família, possuído de grande tristeza. Meu pensamento foi para longe e, como se tivesse assistindo a um filme, via nitidamente as imagens produzidas pela Globo e outros veículos de comunicação que,  para ajudar a presidenta Dilma e a Fifa a justificar os gastos  faraônicos  com as arenas e o superfaturamento que envolviam as mesmas, enchiam as cabeças das  pessoas com promessas para lá de  otimistas, a exemplo do que essa ia ser a Copa das Copas... de  que a seleção brasileira era  invencível e  estava predestinada a ganhar pela sexta vez  a taça Jules Rimet.
Muita gente, na sua santa ingenuidade, acreditou na propaganda massificada, empurrada cabeça abaixo de 190 milhões de brasileiros. Para esse tipo de mídia chapa branca, alimentada com dinheiro do estado brasileiro, o povo é que se exploda, pois o importante é faturar. Mais importante do que investir em estádios faraônicos, utilizando-se de somas bilionárias dos cofres do estado brasileiro, recursos esses que todos sabemos superfaturados, seria construir escolas decentes para os nossos filhos, hospitais de excelência para o atendimento público, assim como investir na segurança da sociedade, ou melhor, em três setores falidos, absolutamente abandonados pelos governantes deste País.
Há dentro do meu peito e de milhares de milhões de brasileiros, uma pergunta que não quer calar, ou seja, ao final dessa orgia com os recursos provenientes dos impostos pagos com o suor do rosto do nosso povo, qual o futuro da maioria dessas arenas que, passados os jogos da Copa, inexoravelmente estarão condenadas a elefantes brancos?  O que os governos dos Estados pretendem fazer com elas? Mantê-las com custos a preço de ouro, ou vende-las? Vendê-las? Mas qual o empresário que vai querer comprar isso, a não ser que apareça por estas bandas um doido, desses malucos que acendem charutos com notas de 100 dólares?
*Advogado;
*Líder do PSDB na CMM;
*Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.

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