Por:
Vereador Mário Frota*
Como
dizia o ex-governador do Rio de Janeiro, Antônio Garotinho, “o PT é apenas o
partido da boquinha”. Boquinha coisa nenhuma, isso é coisa do passado, porque agora
é o partido do bocão que engole tudo, venha o dinheiro de onde vier, não
importa se do mensalão, da Petrobras, ou dos cofres de qualquer governo que
esteja no poder. Que fim mais trágico e melancólico.
Quem dá mais? Alguém deseja fazer mais um
lance? Essas frases me lembram cenas de um leilão, ou tem a ver com o balcão de
ofertas protagonizado pelo PT local, negociando o seu apoio aos grupos liderados por
Eduardo Braga e o de José Melo?
Que coisa mais patética, cenas prenhe de
cinismo explícito e oportunismo deslavado é esse de um partido outrora
idealista, que cresceu junto ao povo brasileiro falando em ética e honradez,
palavras chaves que, em 12 anos de poder, perderam o sentido, ficaram vazias,
projetadas num precipício onde o fundo é lama e lodo e o seu nome é vergonha.
Quando olho o passado, vejo um tanto
distante o ardor que moveu professores da Ufam, a exemplo de Marcos Barros, Marilene
Correia, Osvaldo Coelho, Renan Freitas Pinto, Aloísio Nogueira, entre outros
companheiros idealistas, participando da instalação do PT, na sua primeira
reunião, realizada num casarão antigo na Joaquim Nabuco. Atravessando a rua, lá
estava uma faixa com os seguintes dizeres: “AQUI NÃO ENTRA PATRÃO”.
A título de prestigiar a festa eu, Fábio
Lucena, Beth Azize e Vitório Cestaro, todos na época integrantes do glorioso
PMDB de Ulisses Guimarães, adentramos a sede e fomos abraçar os ilustres
companheiros eleitos para assumir o controle do jovem partido no Amazonas. Não
posso dizer que fomos bem recebidos porque estaria mentindo. Percebemos um
certo desagrado deles com a nossa presença. Frios, com olhar e ar de
superioridade, mal nos estenderam as mãos.
Fábio e Vitório eram vereadores, a Beth
deputada estadual e eu deputado Federal. Naquele momento representávamos o que
havia de mais positivo no combate à ditadura militar no Estado. Mesmo assim
fomos tratados com desdém, como se não fossemos nada, apenas uns pobres
coitados em visita ao partido que, um dia iria livrar Brasil da ditadura
militar e torná-lo um país imune à corrupção e a toda sorte de mazelas morais.
Passado esses anos todos, vejo agora que
nenhum daqueles professores idealistas permanece nas fileiras do PT. Estão aí
todos vivos, mas nenhum filiado ao partido de Lula da Silva, o herói que eles
acreditavam que iria salvar o Brasil, transformando-o no País do futuro, onde a
palavra corrupção seria coisa do passado.
O que se vê hoje são novos atores,
tresloucados por continuar a qualquer preço no poder, usufruindo de cargos e
muita grana que rola no dia a dia do partido mais corrupto da história deste
País, desde que no nosso litoral atracaram as caravelas de Cabral. Como dizia o
ex-governador do Rio de Janeiro, Antônio Garotinho, “o PT é apenas o partido da
boquinha”. Boquinha coisa nenhuma, isso é coisa do passado, porque agora é o partido do bocão que engole tudo, venha o dinheiro de onde
vier, não importa se do mensalão, da Petrobras, ou dos cofres de qualquer governo
que esteja no poder. Que fim mais trágico e melancólico.
*Advogado;
*Líder
do PSDB na CMM;
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.
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