terça-feira, 20 de maio de 2014

PT FAZ LEILÃO PARA APOIAR CANDIDATO




Por: Vereador Mário Frota*
Como dizia o ex-governador do Rio de Janeiro, Antônio Garotinho, “o PT é apenas o partido da boquinha”. Boquinha coisa nenhuma, isso é coisa do passado, porque agora é o partido do bocão que engole tudo, venha o dinheiro de onde vier, não importa se do mensalão, da Petrobras, ou dos cofres de qualquer governo que esteja no poder. Que fim mais trágico e melancólico.
Quem dá mais? Alguém deseja fazer mais um lance? Essas frases me lembram cenas de um leilão, ou tem a ver com o balcão de ofertas protagonizado pelo PT local,  negociando o seu apoio aos grupos liderados por Eduardo Braga  e o de   José Melo?  
Que coisa mais patética, cenas prenhe de cinismo explícito e oportunismo deslavado é esse de um partido outrora idealista, que cresceu junto ao povo brasileiro falando em ética e honradez, palavras chaves que, em 12 anos de poder, perderam o sentido, ficaram vazias, projetadas num precipício onde o fundo é lama e lodo e o seu nome é vergonha.
Quando olho o passado, vejo um tanto distante o ardor que moveu professores da Ufam, a exemplo de Marcos Barros, Marilene Correia, Osvaldo Coelho, Renan Freitas Pinto, Aloísio Nogueira, entre outros companheiros idealistas, participando da instalação do PT, na sua primeira reunião, realizada num casarão antigo na Joaquim Nabuco. Atravessando a rua, lá estava uma faixa com os seguintes dizeres: “AQUI NÃO ENTRA PATRÃO”.
A título de prestigiar a festa eu, Fábio Lucena, Beth Azize e Vitório Cestaro, todos na época integrantes do glorioso PMDB de Ulisses Guimarães, adentramos a sede e fomos abraçar os ilustres companheiros eleitos para assumir o controle do jovem partido no Amazonas. Não posso dizer que fomos bem recebidos porque estaria mentindo. Percebemos um certo desagrado deles com a nossa presença. Frios, com olhar e ar de superioridade, mal nos estenderam as mãos.
Fábio e Vitório eram vereadores, a Beth deputada estadual e eu deputado Federal. Naquele momento representávamos o que havia de mais positivo no combate à ditadura militar no Estado. Mesmo assim fomos tratados com desdém, como se não fossemos nada, apenas uns pobres coitados em visita ao partido que, um dia iria livrar Brasil da ditadura militar e torná-lo um país imune à corrupção e a toda sorte de mazelas morais.
Passado esses anos todos, vejo agora que nenhum daqueles professores idealistas permanece nas fileiras do PT. Estão aí todos vivos, mas nenhum filiado ao partido de Lula da Silva, o herói que eles acreditavam que iria salvar o Brasil, transformando-o no País do futuro, onde a palavra corrupção seria coisa do passado.
O que se vê hoje são novos atores, tresloucados por continuar a qualquer preço no poder, usufruindo de cargos e muita grana que rola no dia a dia do partido mais corrupto da história deste País, desde que no nosso litoral atracaram as caravelas de Cabral.  Como dizia o ex-governador do Rio de Janeiro, Antônio Garotinho, “o PT é apenas o partido da boquinha”. Boquinha coisa nenhuma, isso é coisa do passado, porque agora é o partido do bocão que engole tudo, venha o dinheiro de onde vier, não importa se do mensalão, da Petrobras, ou dos cofres de qualquer governo que esteja no poder. Que fim mais trágico e melancólico. 
*Advogado;
*Líder do PSDB na CMM;
*Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.

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