Mário Adolfo, neste domingo li os
comentários que fizestes na coluna Contexto, do Jornal Amazonas em Tempo, sobre
matéria publicada no meu blog. Confesso que fiquei surpreso, pois, por incrível
que pareça, neste País ainda tem gente que, na sua boa fé, acredita que o Lula
é inocente das graves acusações que lhe são imputadas, que se trata de um
cidadão acima de qualquer suspeita, e não do escroque político, um corrupto de
carteirinha, o pai do mensalão que só não está hoje na cadeia porque foi
protegido pelos seus comparsas que, por motivos óbvios, resolveram poupá-lo.
Tudo o que fiz, amigão, foi comentar os
fatos publicados no livro Assassinato de Reputações – Um Crime de Estado, de
autoria do ex-secretário nacional de
Justiça, Romeu Tuma Júnior, filho do ex-senador Romeu Tuma, o homem que à época
da ditadura militar foi titular do Dops, a temida polícia política do regime autoritário que se instalou no poder em 1964, e de onde só saiu em 1985, com
a eleição, via colégio eleitoral, do Dr.
Tancredo Neves.
Mário, no que diz respeito às terríveis
denúncias feitas por Romeu Tuma, no livro ora publicado, quem tem que se
defender é ele, o Lula, apresentando provas e testemunhas de que o seu acusador
é um leviano, e que vai processá-lo, etc. Em vez disso, depois do livro já ter
sido lançado há quase uma semana, ainda continua ele em silêncio, encolhido,
como se nada estivesse acontecendo, apesar do livro de Romeu Tuma Júnior ser
devastador, e ter a sua primeira edição esgotado no mesmo dia do seu
lançamento, fato único na história deste País.
Por que, em vez de reagir, como eu e você naturalmente
faríamos caso a nossa honra fosse arrastada na lama, preferiu ficar quieto,
escondendo-se inexplicavelmente da própria imprensa. Pelo fato de ter medo que
pode Romeu Tuma ainda ter em mãos mais trunfos sob a manga da camisa, a exemplo
de fotos e gravações? É o que presumo. Por
outro lado, faltou ao Lula da Silva a ira do injustiçado, fato que ocorre
quando uma pessoa inocente tem a
sua honra e dignidade atacadas.
Em minha opinião, Mário, o Lula não pode se
esconder enterrando a cabeça na areia como o faz o avestruz quando sente medo.
Tem ele, sim, de dizer que não foi informante da ditadura militar, um agente
infiltrado, pago, sob o codinome de Barba, para dedurar os seus colegas trabalhadores
do ABC paulista; que nada teve a ver com o assassinato de Celso Daniel, na
época prefeito de São Bernardo do Campo; que não partia dele a ordem para
montar dossiês com propósito criminoso de envolver figuras ligadas a
governantes do PSDB; que desconhecia totalmente o esquema do mensalão, o maior
escândalo da história da República. E vai por aí.
Por um décimo do que Lula é acusado, o
ex-presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, foi obrigado a renunciar à presidência
do seu país, sentenciado moralmente a nunca mais ocupar qualquer cargo público.
Nixon enfrentou o exílio dentro do seu próprio país. Até os seus últimos dias
viveu como um zumbi político, abandonado até mesmo pelos seus ex-companheiros
do Partido Republicano. Foi um fim político melancólico. Morreu sem que o seu
povo o perdoasse.
Por fim, irmão Mário, você é testemunha de que
não fiquei parado, calado, quando o Amazonino e os seus cúmplices pagaram um
salafrário para imitar a minha voz e, dessa forma me incriminar, com objetivo
de me destruir politicamente. Não me escondi como o Lula, pelo contrário, fui à
luta, reagi e, ao final, sai inocentado daquela história infame, de cabeça
erguida, enquanto os bandidos que montaram a tal gravação foram desmascarados
pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. O injustiçado não foge, mas
luta, com todas as suas forças e armas para provar a sua inocência.
Estranhamente, Lula acovarda-se e, em vez de reagir para provar que é vítima de
uma vilania, prefere mergulhar no silêncio, fugindo da imprensa como o diabo
corre da cruz.
Abraços.
Mário Frota
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