Texto:
Vereador Mário Frota*
Quero
continuar andando de cabeça erguida pela rua, sem medo de alguém me apontar o
dedo tachando-me de oportunista e carreirista.
Alguns colegas vereadores dizem-me que,
aprovado o projeto de minha autoria, que extingue o 14º salário, também
conhecido por auxílio paletó, inexoravelmente todo o meu trabalho com pretensão
à presidência da Câmara terá descido barranco abaixo.
Tenho consciência que, aprovado o projeto
em questão, devo encontrar algumas dificuldades para chegar ao cargo mais
importante do Poder. Em razão disso, tenho explicado a vários colegas que o
auxílio paletó não mais cabe nos dias que correm, por se tratar de um
privilégio e não um direito.
Ora, se nenhum trabalhador neste país ganha
mais de treze salários, por que, então, os parlamentares podem ganhar quatorze
e até quinze ao longo de 12 meses? O que tenho dito – e repito aqui - é que defendo
o salário e demais vantagens previstas na Constituição pátria aos vereadores.
Quanto a isso não abro mão de um centavo. Eu só quero o que me é assegurado por
Lei.
O que posso dizer é que jamais recuarei do
meu propósito de aprovar o projeto de lei que extingue o auxílio paletó. Ora,
se o preço é perder a presidência da Câmara, então que seja assim. O que não
posso é recuar de uma luta que iniciei há quase um ano. Aristóteles dizia que política é ciência e
arte. Como o mestre Aristóteles, também entendo que em política dois e dois
pode ser cinco, pois que, às vezes, para
se alcançar o objetivo, pode-se avançar
aqui e recuar mais a frente. Faz parte do jogo. No entanto, jamais recuar
quando a questão envolve princípios.
Ora, se ao longo da minha história nunca abri
mão dos meus princípios políticos, não vai ser agora que isso vai acontecer.
Quero continuar andando de cabeça erguida pela rua, sem medo de alguém me
apontar o dedo tachando-me de oportunista e carreirista. No meu entendimento
quem abre mão de princípios jogou a honra barranco abaixo. Isso não vai
acontecer comigo. Jamais!
*Advogado;
*Líder
do PSDB na CMM;
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.
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